A JBS (JBSS3), maior processadora de carnes do mundo, divulgou seu balanço de resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) nesta terça-feira (13), onde registrou um lucro líquido de R$ 1,72 bilhão, revertendo o prejuízo do mesmo período do ano anterior.

Segundo informa o balanço, esse desempenho foi impulsionado pela força das operações de aves e suínos, beneficiadas por custos mais baixos de matérias-primas, como grãos.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa somou R$ 9,88 bilhões, mais que o dobro do valor registrado no mesmo período do ano passado. Aproximadamente 75% desse montante veio das unidades que processam frango e porcos, como Pilgrim’s Pride, Seara e JBS USA Pork.

O CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, destacou que o bom desempenho foi resultado de um equilíbrio entre oferta e demanda, a redução nos preços das commodities, especialmente grãos, e melhorias operacionais. Esses fatores combinados foram fundamentais para os resultados robustos apresentados pela empresa.

De acordo com Tomazoni, a Seara já entregou um Ebitda forte, passando de R$ 2 bilhões, mas tem potencial  para fazer ainda melhor. A Pilgrim’s, na qual a JBS detém fatia de 82,5%, já havia divulgado Ebitda recorde no segundo trimestre.

Os resultados positivos nos segmentos de aves e suínos da JBS ajudaram a compensar a significativa queda de 65% no Ebitda da unidade de carne bovina da América do Norte, que representa a maior parte do faturamento da empresa.

Com o sólido desempenho operacional, a JBS aumentou sua geração de caixa livre de R$ 1,26 bilhão no segundo trimestre de 2023 para R$ 5,5 bilhões no período de abril a junho de 2024. Esse aumento na geração de caixa possibilitou a redução da dívida da empresa.

Em reais, o indicador de endividamento da JBS passou de 3,87 vezes no mesmo período do ano passado para 3,06 vezes ao final do segundo trimestre de 2024. Em dólares, a desalavancagem foi ainda mais significativa, caindo de 4,15 vezes para 2,77 vezes, com a dívida líquida reduzida em mais de 1 bilhão de dólares em comparação com o primeiro trimestre, totalizando 14,8 bilhões de dólares.

Receita da JBS supera R$ 100 bilhões pela primeira vez

A receita total da JBS superou R$ 100 bilhões no trimestre pela primeira vez, atingindo R$ 100,6 bilhões, uma alta de 12,6% em relação ao ano anterior. A demanda robusta dos consumidores e o consumo firme em alguns mercados onde a JBS opera contribuíram para esse crescimento.

O CEO da JBS destacou que as unidades de carne bovina no Brasil e na Austrália estão obtendo bons resultados devido a um ciclo positivo na pecuária desses países, com maior oferta de gado e menores custos. Em contraste, nos Estados Unidos, onde a JBS tem cerca de 30% de sua receita, a situação é mais desafiadora, com custos elevados e dificuldades para repassar os preços ao consumidor.

Além disso, o executivo ressaltou que, apesar das dificuldades no setor de carne bovina nos EUA, a empresa está otimista com o desempenho das unidades de carne bovina no Brasil e na Austrália. 

No Brasil, o crescimento no volume de processamento de animais e o aumento do consumo doméstico são positivos, e há também uma queda nos preços no mercado internacional. O Brasil está exportando mais para destinos alternativos como Estados Unidos, Chile e Oriente Médio, embora tenha reduzido as exportações para a China.

Sobre a estratégia de dupla listagem de ações, o CEO afirmou que continua sendo uma prioridade para a JBS “destravar” valor nos EUA. No entanto, a empresa está aguardando a autorização da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) para seguir com o processo.

Por fim, Tomazoni ressaltou que a empresa não tem pressa, pois está obtendo resultados sólidos e as perspectivas são favoráveis.