O Ibovespa registrou sua sexta alta consecutiva, com avanços que não são apenas constantes, mas também amplos e expressivos. No pregão de desta terça-feira (13), o índice subiu 0,98%, fechando aos 132.397,97 pontos, um incremento de 1.282,07 pontos. Este é o quarto dia, nos últimos seis pregões, em que o Ibovespa avança mais de mil pontos.

Para destacar a importância desse movimento, é o maior patamar de fechamento do índice desde janeiro. No dia 8 daquele mês, o IBOV havia encerrado acima dos 132 mil pontos, com alta de 0,31%, atingindo 132.427 pontos. Quando o rali atual começou, o índice estava em 125,2 mil pontos, acumulando, em seis dias, um ganho superior a 7 mil pontos.

Acompanhando o bom desempenho do Ibovespa, o dólar comercial também apresentou sua sexta queda consecutiva, recuando 0,84% e sendo cotado a R$ 5,44. A desvalorização da moeda americana foi intensificada após a inflação no atacado subir menos do que o esperado em julho, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa iniciar a redução das taxas de juros. Esse cenário também impulsionou os índices em Wall Street, que encerraram o dia com ganhos sólidos.

Mais boas notícias

Além do cenário positivo para o mercado financeiro, o IBGE revisou para cima as projeções para a safra agrícola brasileira, trazendo um alívio adicional para o PIB do país. Outro setor que impulsiona a economia é o de serviços, que cresceu 1,7% em junho em comparação a maio, após ter registrado uma queda de 0,4% no mês anterior. Esse foi o maior crescimento mensal desde dezembro de 2022, quando o setor avançou 2,7%.

Segundo Rodolfo Margato, economista da XP, olhando para a abertura da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), é possível observar um forte desempenho nos setores de informação e comunicação, além dos serviços prestados às famílias, que em boa parte refletem a força do mercado de trabalho, o nível ainda elevado de transferências fiscais e a expansão da massa de renda disponível.

Esse resultado positivo no setor de serviços em junho aumenta o otimismo dos economistas quanto ao PIB brasileiro no segundo trimestre de 2024, que pode apresentar performance semelhante a do primeiro trimestre do ano.

No que diz respeito ao campo político, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou que as questões relacionadas às dívidas dos estados e à desoneração devem ser resolvidas ainda esta semana. Esses temas são fundamentais, pois têm o potencial de impactar significativamente a situação fiscal do Brasil, e os investidores estão atentos aos desdobramentos.

Altas e quedas do Ibovespa

Além das amplas altas observadas em Wall Street, especialmente na Nasdaq, que avançou 2,4%, o setor bancário teve um papel fundamental no impulso do Ibovespa.

O desempenho dos bancos foi ainda mais robusto do que o registrado ontem: o Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,29%, enquanto o Bradesco (BBDC4) registrou sua décima alta consecutiva, com um ganho de 1,22%. O Itaú Unibanco (ITUB4) teve um destaque particular, com uma alta expressiva de 2,83%, e o Santander (SANB11) avançou 1,17%. A B3 (B3SA3), que administra a bolsa de valores, também se destacou, subindo 3,61%.

Surfando a “mesma onda”, o setor varejista também teve um bom desempenho, com Assaí (ASAI3) valorizando-se 2,24% e Magazine Luiza (MGLU3) registrando uma alta de 2,63%. No entanto, Lojas Renner (LREN3) passou parte do pregão em alta, mas acabou fechando com uma leve queda de 0,13%.

Quem também teve um dia positivo foi a Embraer (EMBR3), subindo 0,92% após anunciar um novo pedido de aeronaves. Já as empresas do setor de mineração brilharam nos balanços: a CSN (CSNA3) subiu 4,37%, enquanto a CSN Mineração (CMIN3) teve uma alta ainda mais expressiva, de 6,29%.

No lado negativo, o destaque foi a Natura (NTCO3), cujas ações recuaram 8,85%. O tombo veio após a fabricante de cosméticos reportar um aumento no prejuízo do segundo trimestre. Além disso, a situação se agravou com o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos da Avon Products (API), subsidiária não operacional da Natura, da qual a empresa é a maior credora.

Além da queda acentuada da Natura, outras grandes empresas também registraram perdas no pregão. A Vale (VALE3) caiu 0,44%, influenciada pela queda do preço do minério de ferro na China. Já a Petrobras (PETR4) recuou 0,62%, pressionada pela baixa nos preços internacionais do petróleo.

O foco agora se volta para o dia de amanhã, quando serão divulgados os dados da inflação ao consumidor nos EUA. Este indicador tem o potencial de influenciar significativamente o mercado e, dependendo dos resultados, pode interromper o atual rali do Ibovespa.

Maiores altas do Ibovespa hoje (13)

TickerValorização (%)Valor por ação
CMIN3+6,295,24
IRBR3+5,8831,89
CSNA3+4,3712,19
JBSS3+4,2134,90
AZUL4+4,007,28

Maiores quedas do Ibovespa hoje (13)

TickerValorização (%)Valor por ação
NTCO3-8,8514,93
VALE3-0,4456,52
PETR4-0,6237,11
ITUB42,8335,59
HAPV3-2,564,41