Em uma recente reunião anual patrocinada pela Associação de Banqueiros do Kansas, Bowman destacou que, embora os dados de inflação mostrem um progresso nas últimas semanas, a situação ainda é preocupante. A inflação nos EUA, medida pelo índice de gastos com consumo pessoal (PCE), continua acima do objetivo estabelecido pelo Federal Reserve. Esta realidade sublinha um desafio persistente para a política monetária americana.

Michelle Bowman enfatizou que, apesar das melhorias observadas nos últimos meses, a inflação ainda está “desconfortavelmente” elevada. Os indicadores de gastos com consumo pessoal acumulados em 12 meses mostraram uma redução desde abril, mas os números continuam altos. Em junho, o índice cheio e o núcleo da inflação ficaram em 2,5% e 2,6%, respectivamente, indicando que a pressão inflacionária permanece significativa. Esses dados revelam um cenário onde a inflação, embora esteja em queda, ainda não atingiu níveis que consideramos confortáveis ou sustentáveis a longo prazo.

Durante o primeiro semestre de 2024, o núcleo anualizado da inflação, conforme medido pelo índice de gastos com consumo (PCE), foi de 3,4%. Apesar dos avanços em maio e junho, a inflação geral continua muito acima da meta estabelecida pelo Federal Reserve. A redução dos preços observada recentemente ainda não é suficiente para alinhar a inflação com o objetivo de 2% ao ano, o que reforça a necessidade de medidas adicionais para controlar a alta dos preços.

Atualmente, a taxa básica de juros nos EUA está na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. A próxima reunião de política monetária do Federal Reserve está marcada para setembro, e o mercado tem expectativas de que o Fed possa considerar um corte na taxa de juros. De acordo com a ferramenta CME FedWatch, as apostas estão divididas entre uma redução de 0,25 ponto porcentual (51% de probabilidade) e uma redução de 0,50 ponto porcentual (49%). Essas expectativas refletem uma antecipação de que o Fed possa ajustar sua política para responder às condições econômicas atuais e ao ritmo da inflação.

Bowman adotou um tom “hawkish”, demonstrando uma postura firme no combate à inflação. Ela expressou ceticismo quanto à desaceleração rápida da inflação, comparando a situação atual com o segundo semestre de 2023, quando os gargalos nas cadeias de abastecimento foram um fator significativo. Com a normalização desses gargalos, Bowman não acredita que a inflação diminuirá no mesmo ritmo. A diretora destacou que, embora haja progresso, os preços ainda estão consideravelmente mais altos do que antes da pandemia, o que mantém a inflação como uma preocupação central para o Federal Reserve.