A Guararapes Confecções (GUAR3), proprietária das lojas Riachuelo, anunciou o resgate antecipado de R$150 milhões em debêntures, programado para o próximo dia 10 de maio. Esses papéis (Ativo RCHL14) foram emitidos em novembro de 2022 e originalmente teriam vencimento em novembro de 2027.

A emissão inicial consistiu em 300 mil debêntures simples, não conversíveis em ações, com valor nominal de R$1 mil, totalizando R$300 milhões. Esses títulos são remunerados pela Taxa DI mais 2,35% e pagavam juros semestrais. O próximo pagamento de juros está programado para 07 de maio.

A amortização do principal da dívida estava programada em três etapas: novembro de 2025, quando 33% do montante seria amortizado; novembro de 2026, quando 50% do montante seria quitado; e novembro de 2027, quando o restante da dívida deveria ser paga.

De acordo com o aviso aos debenturistas divulgado na última terça-feira (30), “tais Debêntures serão canceladas mediante o pagamento do Valor Nominal das Debêntures da Série Única em circulação, acrescido da remuneração aplicável, conforme o caso, com pagamento de prêmio, calculados com base nos termos da referida Escritura.”

Para efetuar o resgate antecipado, a Guararapes se baseou na cláusula 5.3 da escritura particular da quarta emissão, que permite à empresa, “a seu exclusivo critério, a qualquer momento, realizar oferta de resgate antecipado das Debêntures, endereçada a todos os Debenturistas, sendo assegurado a todos os Debenturistas, igualdade de condições para aceitar o resgate das Debêntures por eles detidas.”

(GUAR3): Dona da Riachuelo fecha 2023 com caixa robusto

A expectativa é que a dona da Riachuelo divulgue seu balanço do primeiro trimestre de 2024 (1T24) no próximo dia 6 de maio, após o fechamento do mercado, seguido de uma videoconferência com analistas no dia seguinte. Embora os números do primeiro trimestre ainda não estejam disponíveis, os resultados acumulados de 2023 podem dar uma ideia de como a Guararapes poderá financiar o resgate das debêntures.

De acordo com o release de resultados do 4T23, divulgado pela companhia no início de março, a empresa encerrou dezembro com R$2,4 bilhões em caixa. Com isso, a dívida líquida totalizou R$1,1 bilhão no final do ano, resultando em uma relação dívida líquida/EBITDA de 1 vez, em comparação com 1,7 vez em dezembro do ano anterior. Esses números indicam uma posição financeira saudável para a empresa, o que pode sustentar suas operações e permitir o financiamento do resgate das debêntures.