As empresas listadas na Bolsa brasileira distribuíram um volume recorde de dividendos nos primeiros três meses de 2024,  totalizando R$76,68 bilhões, o que representa um aumento de 49% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Nesse cenário, um dos destaques foi o Itaú Unibanco (ITUB4), que pagou três vezes mais do que no mesmo trimestre de 2023, totalizando R$16,62 bilhões aos acionistas. Com isso, quase “desbancou” a Petrobras (PETR4), que distribuiu R$17,89 bilhões.

Além disso, o aumento nos pagamentos do Itaú também impactou a Itaúsa (ITUSA4), que apresentou um aumento de 235% na distribuição de dividendos, passando de R$1,93 bilhão para R$6,47 bilhões no primeiro trimestre de 2024.

Petrobras se mantém no topo

Apesar da polêmica sobre a não distribuição de dividendos extraordinários referentes ao ano fiscal de 2023, a Petrobras manteve sua posição como a maior pagadora de proventos do Brasil – e com aumento no volume pago.

O valor total distribuído pela Petrobras no primeiro trimestre de 2024 foi de R$ 17,89 bilhões, 28% maior do que os R$ 13,94 bilhões de 2023. 

Confira o ranking das empresas que pagaram os maiores dividendos

De acordo com a plataforma Meu Dividendo, oito empresas foram responsáveis por 84% do volume de proventos distribuídos entre janeiro e março, com Petrobras e Itaú liderando o ranking, seguidas pela Vale (VALE3), que aumentou sua distribuição em 29%, atingindo R$ 12,43 bilhões.

A única empresa que reduziu o volume de dividendos foi a BB Seguridade (BBSE3), com uma diminuição de 33% em relação a 2023, distribuindo R$ 2,52 bilhões contra os R$ 3,76 bilhões do ano anterior.

Dividendos X JCP

No primeiro trimestre DE 2024, a distribuição de dividendos representou a maior parcela dos proventos pagos aos acionistas. Dos R$76,68 bilhões distribuídos, cerca de 61% foram na forma de dividendos, enquanto os Juros sobre Capital Próprio (JCP) corresponderam a 39%. Em contraste, em 2023, os JCP representavam 42% do total distribuído.

Com as alterações nas regras do JCP, aprovadas pelo Congresso Nacional em dezembro de 2022, as empresas não podem mais distribuir proventos por meio de JCP em anos fiscais subsequentes aos exercícios anteriores.

De acordo com Wendell Finotti, CEO da Meu Dividendo, “tudo indica que essa queda na proporção de JCP em relação aos dividendos é temporária”. Ele ainda afirma que “podemos esperar um aumento nos anúncios de pagamentos nesse formato ao longo de 2024”.