Na mais recente reviravolta da Vale (VALE3), a decisão de estender o mandato do atual CEO, Eduardo Bartolomeu, até dezembro, abre caminho para o processo de sucessão em busca do próximo líder para 2025. 

Com pressões políticas e requisitos específicos em jogo, a mineradora está em busca de um executivo que transite entre os setores de mineração e Brasília.

Os analistas consideraram parcialmente negativa a decisão de prorrogar o mandato de Bartolomeu, pois ela sugere uma continuidade nas incertezas e na possibilidade de influência política na escolha do próximo CEO.

Os candidatos potenciais incluem figuras conhecidas como Sergio Rial, ex-Santander, Walter Schalka, da Suzano, e Gustavo Pimenta, atual diretor financeiro da Vale. A lista reflete a tentativa de afastar influências políticas diretas e garantir um líder com experiência tanto na indústria de mineração quanto nos corredores do poder em Brasília.

Com a contratação de uma empresa de seleção de executivos, o processo de sucessão está em andamento, com a expectativa de uma lista tríplice final, onde estará o futuro presidente da Vale.

Saiba mais sobre a VALE S.A

A VALE S.A., anteriormente conhecida como Companhia Vale do Rio Doce, foi estabelecida em 1942 por Getúlio Vargas. Inicialmente centrada na extração de minerais ferrosos na região do Rio Doce para abastecer a indústria siderúrgica nacional, especialmente a CSN, a empresa passou por uma transformação em 1997, quando se tornou a Vale S.A.

A expansão internacional da Vale teve início nos anos 60, com a exportação de minerais ferrosos para o Japão, impulsionando um crescimento significativo na produção e exportação, consolidando-a como a maior exportadora mundial. Nos anos 80, continuou a liderar o setor de mineração de minério de ferro.

Privatizada em 1997 por Fernando Henrique Cardoso, a Vale foi adquirida pelo Consórcio Brasil, liderado pela Siderúrgica Nacional. Desde 1968, a empresa está listada nas bolsas de valores brasileira (B3), americana (Nyse) e de Hong Kong (Euronet). Durante o período de 2000 a 2006, realizou diversas aquisições, consolidando-se como uma das maiores do mundo.

Em 2010, a Vale expandiu suas operações no setor de fertilizantes através da aquisição da Mineração Naque S.A., incorporando uma planta em Cubatão e adquirindo 100% do patrimônio da Bunge Participações e Investimentos S.A.

Apesar de liderar a produção global de minério de ferro e diversificar sua produção com cobre, níquel, manganês, carvão e ferroligas, a Vale enfrentou desafios significativos. Em 2015, o trágico “Desastre de Mariana” resultou em uma queda de 23% no valor das ações. Em 2019, outro escândalo levou a perdas substanciais, com um prejuízo líquido de R$ 8,6 bilhões, apesar de uma receita líquida de R$ 148,6 bilhões.