A ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira (6), reflete o cenário de desaceleração da atividade doméstica, já previsto pelo comitê, porém com indícios de um arrefecimento nessa desaceleração, justificando uma postura mais cautelosa com a redução da taxa básica de juros.

Ata do Copom apresenta indicadores de atividade e perspectivas econômicas

Segundo a ata da reunião, o Copom destacou elementos que podem indicar uma atenuação da desaceleração nos próximos meses, como o aumento da renda das famílias, impulsionado pelo reajuste do salário mínimo, benefícios sociais e um mercado de trabalho mais resiliente. O mercado financeiro, em linha com as expectativas, já projetava essa redução na Selic, com estimativas indicando uma taxa de 9,00% ao ano até o final de 2024.

Cenário internacional e impacto na economia brasileira

O Copom também avaliou o cenário externo, caracterizado pela volatilidade e pelo debate sobre a flexibilização da política monetária nas principais economias. Nesse contexto, destacou-se a necessidade de cautela por parte dos países emergentes, dada a persistência das pressões nos mercados de trabalho globais e os níveis elevados de inflação em várias regiões.

Perspectivas futuras e estratégia monetária

Para os próximos passos, o Copom manifestou unanimemente a expectativa de novos cortes na taxa básica de juros, mantendo o ritmo de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões. Essa estratégia visa manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário, alinhada com a convergência da inflação para a meta estabelecida.

Desafios e preocupações do Copom

O comitê destacou a preocupação com as expectativas de inflação, ainda desancoradas, e ressaltou a importância de uma atuação firme para sua redução. A incerteza no cenário internacional e os riscos associados a uma desaceleração mais acentuada da atividade econômica global também foram mencionados como fatores de cautela na condução da política monetária.

Em suma, a ata do Copom aponta uma estratégia cautelosa diante do cenário econômico doméstico e internacional.