A WeWork, que já foi a startup mais valiosa do mundo, com uma avaliação de aproximadamente US$ 47 bilhões, apresentou um pedido de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos na última segunda-feira (6). Esse acontecimento marca o colapso do modelo de escritórios flexíveis, que, na última década, era visto como o futuro do mercado corporativo.

O pedido de recuperação judicial foi feito no Tribunal de Falências dos EUA, em Nova Jersey, buscando aprovação para suspender os processos relacionados a 69 imóveis comerciais que estão enfrentando desempenho insatisfatório, de acordo com os credores. A intenção da empresa é ganhar tempo para realizar sua reestruturação, que já está em andamento. O CEO da WeWork, David Tolley, afirmou que cerca de 90% dos credores concordaram em converter suas dívidas em ações, o que reduziria a dívida da empresa em US$ 3 bilhões.

Operações WeWork

No Brasil, a WeWork opera 32 unidades nas principais cidades, como São Paulo, Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. No entanto, a empresa enfrentou desafios significativos nos Estados Unidos, seu mercado principal, devido a uma recessão histórica no setor de escritórios, que começou com a pandemia.

No entanto, os problemas da WeWork antecedem a pandemia e remontam ao período de 2017 a 2019, quando a empresa passou por uma expansão massiva. Nesse período, a We Company, controladora da WeWork, assinou vários contratos de locação a longo prazo para escritórios em áreas caras dos Estados Unidos.

Muitas dessas localizações não se mostraram lucrativas, resultando em altas taxas de vacância. A gravidade da situação se tornou pública em setembro de 2019, quando a empresa adiou seu IPO devido à falta de interesse dos investidores.

Nesse contexto, o fundador e presidente do Soft Bank, Masayoshi Son, admitiu ter cometido um erro de investimento na WeWork, chamando-o de “tolo”.