Iniciou hoje (31) a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para decidir a próxima Selic, um dos eventos mais esperados da semana no país. Nesta quarta-feira (1), ao fim desta que é a 7ª reunião do Copom em 2023, especialistas do Banco Central vão definir se haverá alguma nova mudança nos juros brasileiros.

Na última reunião, ocorrida em setembro, o Copom anunciou o segundo corte consecutivo na taxa Selic, de em 0,50 p.p, reduzindo-a para 12,75%. A decisão foi unânime e amplamente esperada pelo mercado, contando com o apoio do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O que especialistas esperam para a próxima Selic?

Para André Meireles, diretor de Alocação e Distribuição da assessoria de investimentos InvestSmart, o consenso do mercado para esta reunião é que o Copom irá confirmar uma redução de 0,5% na Selic, conforme foi sinalizado na ata da última reunião, e que a ata da próxima reunião também é fundamental para avaliações futuras. “A expectativa dos investidores está concentrada no novo comunicado, a fim de entender como o comitê irá se posicionar após as declarações do Governo sobre o não atingimento da meta fiscal para o ano que vem e também com a deterioração do cenário internacional“, disse Meireles.

“Na última ata, o Copom deixou claro em seu comunicado a importância de o Governo perseguir as metas fiscais que foram definidas no novo Arcabouço, para influenciar positivamente no processo de ancoragem das expectativas de inflação”, completou o diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart.

Já os economistas da XP, Caio Megale, Rodolfo Margato e Alexandre Maluf, acreditam que, dadas as taxas de juros internacionais mais altas e as incertezas fiscais internas, a margem para novos cortes na taxa Selic a curto prazo não está comprometida.

Eles mantêm a previsão de que o Copom continuará reduzindo a taxa básica em 0,50 ponto percentual por reunião até maio de 2024, culminando em um corte final de 0,25 ponto percentual em junho, o que resultaria em uma taxa terminal de 10,00%. Isso se deve à necessidade de manter a política monetária restritiva no próximo ano para compensar os efeitos da política fiscal expansionista e garantir a convergência da inflação à meta.

Além disso, de acordo com a XP, o aumento das taxas de juros nos mercados desenvolvidos pode limitar ainda mais a flexibilização monetária nos países emergentes em 2024. Eles estimam que, com uma inflação em torno de 4,0%, a política monetária poderia se tornar neutra em 2025, com uma taxa Selic ajustada para 9,00% no primeiro semestre daquele ano.