Analistas da XP mantém visão positiva para Bolsa mesmo com queda em agosto
Em agosto, o Ibovespa registrou seu primeiro mês de queda desde março, com uma redução de 5,1% em moeda local e 8,8% em dólares. Isso levantou dúvidas entre os investidores sobre se as razões para o otimismo anterior em relação à Bolsa brasileira ainda eram válidas. Vale destacar que o mercado de ações experimentou maior […]

Em agosto, o Ibovespa registrou seu primeiro mês de queda desde março, com uma redução de 5,1% em moeda local e 8,8% em dólares. Isso levantou dúvidas entre os investidores sobre se as razões para o otimismo anterior em relação à Bolsa brasileira ainda eram válidas.
Vale destacar que o mercado de ações experimentou maior volatilidade em agosto, principalmente devido ao aumento das taxas de juros globais. As taxas dos títulos do Tesouro americano de 10 anos subiram 20 pontos-base no mês, atingindo 4,34%, o nível mais alto desde 2007. Isso afetou os ativos de risco em todo o mundo, incluindo o Brasil, de acordo com a XP.
Apesar da queda do índice, os estrategistas da XP, Fernando Ferreira e Jennie Li, mantêm uma visão positiva sobre as ações brasileiras e acreditam que o Ibovespa deve atingir 133 mil pontos, representando um aumento de 15% em relação ao fechamento de agosto.
Eles identificam três fatores relevantes que contribuíram para a queda das ações brasileiras em agosto:
- O aumento das taxas de juros globais,
- A decepção com o crescimento econômico da China e
- A deterioração das perspectivas de lucro das empresas brasileiras após uma temporada de resultados fraca.
No entanto, eles também apontam três motivos para manter o otimismo:
- O início de um ciclo de flexibilização monetária, com o primeiro corte da taxa Selic em 50 pontos-base em agosto. A XP vê isso como positivo para as ações brasileiras, pois sinaliza uma saída gradual de níveis restritivos de juros, com o mercado precificando mais cortes ao longo dos próximos meses.
- O potencial retorno dos fluxos, especialmente dos investidores domésticos. Os investidores estrangeiros foram vendedores líquidos em agosto, devido ao aumento global da aversão ao risco, mas os investidores domésticos começaram a comprar ações, revertendo essa tendência. Isso resultou em fluxos positivos tanto de investidores institucionais locais quanto de pessoas físicas.
- Valuation ainda atrativo: A XP acredita que as ações brasileiras ainda são negociadas com desconto. O índice P/L do Ibovespa está em 8,1 vezes, o que representa um desconto significativo em relação à sua média histórica de 11 vezes.
A XP também ajustou seu portfólio para setembro, reduzindo a exposição à Gerdau (GGBR4) e aumentando a participação na Petrobras (PETR4).