Telefone fixo chega ao fim na Vivo; o serviço vai ser encerrado no final do mês

A mudança programada para 31 de dezembro, marca o fim de um modelo de operação vigente desde a década de 90.

imagem do autor
16 de dez, 2025 às 13:56
Foto de loja física da Vivo Imagem: Vivo/Reprodução

A Vivo (VIVT3) confirmou que vai encerrar o serviço de telefonia fixa no Brasil nos próximos dias, marcando o fim de um ciclo histórico das comunicações no país. A decisão ocorre em meio à queda contínua do uso do telefone fixo e ao avanço de soluções digitais baseadas em internet de alta velocidade e redes móveis.

A concessão da operadora para a telefonia fixa termina em 31 de dezembro de 2025, data em que a empresa deixa oficialmente o regime público e passa a atuar como autorizada da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em todo o território nacional.

Mudança de regime altera modelo de prestação do serviço

Mediante a assinatura do Termo Único de Autorização, a Vivo migra a operação do serviço de telefone fixo do regime público para o regime privado.

O que isso significa?

  • Regime Público (Anterior): a Vivo estava sujeita a obrigações rígidas de universalização (levar o serviço a todos) e continuidade (manter o serviço ininterrupto).
  • Regime Privado (Atual): a empresa passa a atuar integralmente sob este regime, que oferece maior flexibilidade regulatória e comercial nas suas operações.

Essencialmente, a mudança representa uma transformação estrutural no modelo de prestação da telefonia fixa no Brasil, alinhada ao novo cenário de consumo e às diretrizes atualizadas do setor de telecomunicações.

Notificações por falhas recentes de serviço

Paralelamente à mudança de regime, a Vivo também precisa responder a notificações do Procon relacionadas a falhas recentes na prestação do serviço, como as registradas em Alvorada, no Tocantins. O acompanhamento desses casos faz parte das exigências regulatórias durante o processo de transição.

Investimento de R$ 4,5 bilhões

Como contrapartida ao novo modelo, a Vivo firmou compromisso com a Anatel para investir R$ 4,5 bilhões na expansão da infraestrutura digital. O plano inclui a ampliação das redes de fibra óptica e o fortalecimento da cobertura móvel em diversas regiões do país.

Entre as ações previstas estão a construção de redes de transporte de fibra óptica em 121 municípios e o monitoramento da expansão da rede móvel em 649 localidades, com foco na melhoria da conectividade.

Serviço será mantido até 2028

Apesar do encerramento gradual da telefonia fixa, a operadora se comprometeu a manter o serviço em regiões onde não houver concorrência suficiente até 2028. A medida busca evitar prejuízos à conectividade básica em áreas mais remotas ou com menor oferta de alternativas tecnológicas.

A expectativa da agência reguladora é que a transição seja usada para acelerar investimentos e não para comprometer a qualidade do serviço, sobretudo em localidades onde o telefone fixo ainda desempenha papel relevante.

Da linha fixa ao celular

Antes de a internet caber no bolso dos brasileiros, a Vivo teve papel relevante na expansão das conexões físicas que estruturaram a comunicação no país. A transformação do setor ganhou força no fim da década de 1990, com a privatização do sistema Telebrás.

Nesse processo, a Telesp passou para o controle do grupo espanhol Telefónica, movimento que, anos mais tarde, resultaria na criação da Vivo. Por muito tempo, a instalação de uma linha telefônica fixa foi vista como um marco de progresso para famílias e empresas.

Já nos anos 2000, a operadora passou a se destacar cada vez mais no mercado de telefonia móvel, acompanhando a rápida popularização dos celulares e o início do declínio do telefone fixo nos lares brasileiros. Em pouco tempo, a comunicação deixou de depender de aparelhos presos à parede e passou a acompanhar o usuário a todo momento.

O celular evoluiu para um dispositivo multifuncional, capaz de concentrar serviços que o telefone fixo nunca ofereceu, consolidando uma mudança estrutural no comportamento dos consumidores e na dinâmica do setor de telecomunicações.

Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: 

Instagram | Facebook 

Lucas Machado

Redator e psicólogo com quase 5 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.