Telefone fixo chega ao fim na Vivo; o serviço vai ser encerrado no final do mês
A mudança programada para 31 de dezembro, marca o fim de um modelo de operação vigente desde a década de 90.
Imagem: Vivo/Reprodução
A Vivo (VIVT3) confirmou que vai encerrar o serviço de telefonia fixa no Brasil nos próximos dias, marcando o fim de um ciclo histórico das comunicações no país. A decisão ocorre em meio à queda contínua do uso do telefone fixo e ao avanço de soluções digitais baseadas em internet de alta velocidade e redes móveis.
A concessão da operadora para a telefonia fixa termina em 31 de dezembro de 2025, data em que a empresa deixa oficialmente o regime público e passa a atuar como autorizada da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em todo o território nacional.
Mudança de regime altera modelo de prestação do serviço
Mediante a assinatura do Termo Único de Autorização, a Vivo migra a operação do serviço de telefone fixo do regime público para o regime privado.
O que isso significa?
- Regime Público (Anterior): a Vivo estava sujeita a obrigações rígidas de universalização (levar o serviço a todos) e continuidade (manter o serviço ininterrupto).
- Regime Privado (Atual): a empresa passa a atuar integralmente sob este regime, que oferece maior flexibilidade regulatória e comercial nas suas operações.
Essencialmente, a mudança representa uma transformação estrutural no modelo de prestação da telefonia fixa no Brasil, alinhada ao novo cenário de consumo e às diretrizes atualizadas do setor de telecomunicações.
Notificações por falhas recentes de serviço
Paralelamente à mudança de regime, a Vivo também precisa responder a notificações do Procon relacionadas a falhas recentes na prestação do serviço, como as registradas em Alvorada, no Tocantins. O acompanhamento desses casos faz parte das exigências regulatórias durante o processo de transição.
Investimento de R$ 4,5 bilhões
Como contrapartida ao novo modelo, a Vivo firmou compromisso com a Anatel para investir R$ 4,5 bilhões na expansão da infraestrutura digital. O plano inclui a ampliação das redes de fibra óptica e o fortalecimento da cobertura móvel em diversas regiões do país.
Entre as ações previstas estão a construção de redes de transporte de fibra óptica em 121 municípios e o monitoramento da expansão da rede móvel em 649 localidades, com foco na melhoria da conectividade.
Serviço será mantido até 2028
Apesar do encerramento gradual da telefonia fixa, a operadora se comprometeu a manter o serviço em regiões onde não houver concorrência suficiente até 2028. A medida busca evitar prejuízos à conectividade básica em áreas mais remotas ou com menor oferta de alternativas tecnológicas.
A expectativa da agência reguladora é que a transição seja usada para acelerar investimentos e não para comprometer a qualidade do serviço, sobretudo em localidades onde o telefone fixo ainda desempenha papel relevante.
Da linha fixa ao celular
Antes de a internet caber no bolso dos brasileiros, a Vivo teve papel relevante na expansão das conexões físicas que estruturaram a comunicação no país. A transformação do setor ganhou força no fim da década de 1990, com a privatização do sistema Telebrás.
Nesse processo, a Telesp passou para o controle do grupo espanhol Telefónica, movimento que, anos mais tarde, resultaria na criação da Vivo. Por muito tempo, a instalação de uma linha telefônica fixa foi vista como um marco de progresso para famílias e empresas.
Já nos anos 2000, a operadora passou a se destacar cada vez mais no mercado de telefonia móvel, acompanhando a rápida popularização dos celulares e o início do declínio do telefone fixo nos lares brasileiros. Em pouco tempo, a comunicação deixou de depender de aparelhos presos à parede e passou a acompanhar o usuário a todo momento.
O celular evoluiu para um dispositivo multifuncional, capaz de concentrar serviços que o telefone fixo nunca ofereceu, consolidando uma mudança estrutural no comportamento dos consumidores e na dinâmica do setor de telecomunicações.
Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: