Segundo projeções divulgadas nesta quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil atingirá seu pico populacional em 2041, com 220,425 milhões de habitantes.

O estudo, que foi baseado nos dados do Censo Demográfico 2022, também estima que haverá um declínio nesse número, resultando em cerca de 199,228 milhões de pessoas em 2070. 

A queda da população brasileira está associada à redução contínua da taxa de fecundidade, que caiu de 2,32 filhos por mulher em 2000 para 1,57 em 2023, com projeção de 1,44 em 2040, o menor índice registrado.

A gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, Izabel Marri, apontou que essa tendência de queda tem suas raízes nas mudanças ocorridas desde os anos 1960, impulsionadas pela urbanização, maior participação das mulheres no mercado de trabalho, aumento da escolaridade feminina e a disseminação da contracepção, especialmente da pílula anticoncepcional, explicou. 

Como resultado, a taxa de fecundidade, que era superior a seis filhos por mulher nas décadas passadas, caiu para níveis historicamente baixos, com 1,83 no Norte e 1,71 no Centro-Oeste em 2023, enquanto o Sudeste, Sul e Nordeste registram as menores taxas, abaixo de 1,6. Roraima tem a maior taxa de fecundidade (2,26), e o Rio de Janeiro, a menor (1,39).

A mudança demográfica também se reflete no envelhecimento da população. A idade média dos brasileiros subiu para 35,5 anos e, em 2070, deve alcançar 48,4 anos. As mulheres estão tendo filhos mais tarde — de uma média de 25,3 anos em 2000 para 27,7 anos em 2020, projetando 31,3 anos até 2070. 

Com a queda no número de nascimentos (de 3,6 milhões em 2000 para uma projeção de 1,5 milhão em 2070), o país enfrentará um desafio de renovação demográfica.

Além disso, a proporção de idosos quase dobrou, passando de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023, com expectativa de chegar a 37,8% em 2070. 

Paralelamente, houve uma queda significativa na taxa de mortalidade infantil, de 28,1 para 12,5 óbitos por mil nascidos vivos, com a expectativa de atingir 5,8 em 2070. A longevidade também aumentou: a expectativa de vida ao nascer subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 em 2023, e deve alcançar 83,9 anos até 2070.

Essas mudanças orientam políticas públicas e ajudam o planejamento nas esferas federal, estadual e municipal, atualizando as amostras de pesquisas do IBGE para acompanhar as transformações econômicas e sociais do país.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.