De Eletrobras a BRF: as transformações de identidade que movimentam grandes empresas
As mudanças refletem estratégias de inovação, expansão e fortalecimento da presença nacional e internacional.
Foto: Divulgação
A mudança de nome de grandes empresas tem se tornado cada vez mais comum no Brasil, refletindo estratégias de reposicionamento, expansão para novos mercados e modernização da imagem. Nesta semana, a Eletrobras anunciou que passará a se chamar Axia Energia, em uma transformação que evidencia seu foco em inovação e sustentabilidade. Mas ela não é a única companhia a adotar novas identidades nos últimos anos. De bancos a empresas de transporte e telecomunicações, diversas marcas tradicionais decidiram alterar seus nomes para se alinhar a novos objetivos estratégicos.
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Mudanças recentes e estratégicas no setor de energia
A Eletrobras, privatizada em 2022, anunciou nesta semana que sua nova marca será Axia Energia. Com a mudança, a companhia busca destacar seu papel como maior geradora de energia renovável do Hemisfério Sul, mantendo 81 usinas — sendo 47 hidrelétricas, 33 eólicas e uma solar — e respondendo por 37% das linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo especialistas do setor, a alteração do nome reflete o compromisso da empresa com inovação tecnológica, sustentabilidade e eficiência energética.
Além da Eletrobras, a AES Eletropaulo também passou por uma transformação de identidade. Em 2018, a distribuidora de energia elétrica mudou seu nome para Enel Distribuição São Paulo, integrando suas operações à companhia italiana Enel. Mais recentemente, todas as operações brasileiras foram unificadas sob a marca Enel Brasil, reforçando a presença da multinacional no país e promovendo padronização visual e operacional.
Fusões e aquisições impulsionam mudanças de marca
No setor alimentício, a BRF é exemplo clássico de transformação corporativa. A fusão de Sadia e Perdigão resultou na criação da BRF Brasil Foods, que mais tarde passou a ser conhecida apenas como BRF. Este ano, a companhia se integrou à Marfrig, formando a MBRF, com o objetivo de expandir sua presença no mercado nacional e internacional, aumentar a capacidade de produção e fortalecer o portfólio de produtos.
Outro caso emblemático é o do Banco Real, adquirido pelo Santander em 2011. Com a finalização da compra, o uso da marca Real foi encerrado no Brasil, consolidando o Santander como um dos maiores bancos privados do país e fortalecendo sua estratégia de expansão no mercado financeiro nacional.
Reposicionamento de marcas tradicionais
O setor de transporte e concessões também registrou mudanças significativas. A CCR, responsável por rodovias e pelo transporte metropolitano em São Paulo (Via Mobilidade), anunciou em abril deste ano a mudança de seu nome para Motiva. A alteração faz parte de uma estratégia corporativa para fortalecer a cultura interna e alinhar a identidade da empresa aos objetivos de longo prazo.
No segmento bancário, o Banco Votorantim optou por simplificar sua marca para BV em 2019, oficializando o apelido já utilizado por clientes. A mudança buscou reforçar a proximidade com o público e tornar a comunicação mais clara e direta, valorizando a experiência do cliente.
Unificação e modernização em telecomunicações
No setor de telecomunicações, a marca NET deixou de existir em 2019, quando foi totalmente incorporada à Claro. A decisão fez parte da estratégia de unificação das marcas do grupo mexicano América Móvil no Brasil, responsável também pela Embratel, garantindo maior coerência visual e simplificação da comunicação com os consumidores.
Expansão de mercado e alinhamento com identidade corporativa
A mudança da marca Friboi para JBS também exemplifica como empresas podem ajustar seus nomes para acompanhar a expansão de mercado. Quando abriu seu capital em 2007, a companhia estava focada exclusivamente na produção de carne bovina. Com planos de atuação em frango e carne suína, o nome Friboi deixou de refletir a amplitude de atuação da empresa. A mudança para JBS, iniciais do fundador José Batista Sobrinho, reforçou a identidade corporativa e a presença da marca no mercado global.
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