O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou, nesta sexta-feira (18), que o governo federal criará uma linha de crédito especial para ajudar quem teve prejuízos e foi afetado pelo apagão de energia na Grande São Paulo (SP), ocorrido após a tempestade do último dia 11.

Vale enfatizar que até a última quinta-feira (17), cerca de 36 mil clientes da Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia, ainda estavam sem luz.

Neste cenário, o presidente declarou durante um evento em São Paulo ter conversado sobre o assunto com integrantes do governo. “Eu pedi para o [ministro da Fazenda], Fernando Haddad e para a Casa Civil trabalharem, porque nós vamos fazer para a cidade de São Paulo o mesmo que fizemos para o Rio Grande do Sul [afetado por enchentes em maio deste ano]”, disse.

Lula ainda afirmou que “as pessoas que tiveram prejuízos por conta do apagão, as pessoas que perderam geladeira, as pessoas que perderam, inclusive, a sua comida que estava na geladeira, o pequeno comerciante que perdeu alguma coisa, nós vamos estabelecer uma linha de crédito para que as pessoas possam se recuperar e viver muito bem”, acrescentou.

“Eu não quero saber de quem é a culpa, eu quero saber quem é que vai dar solução, e nós queremos encontrar a solução”, finalizou o presidente. 

Atenção nas empresas

Após o evento, Fernando Haddad conversou com jornalistas e esclareceu que o auxílio será destinado a empreendedores e pequenas empresas afetadas pelo apagão em São Paulo. 

No total, cerca de 380 mil empresas da Grande São Paulo devem ser beneficiadas, com o governo disponibilizando R$ 150 milhões para a criação da linha de crédito. Haddad ressaltou que a medida não se aplicará a pessoas físicas.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil atribuem a falência do modelo de privatização do setor de distribuição elétrica no Brasil e a falta de planejamento da concessionária Enel e da prefeitura de São Paulo como fatores cruciais na demora para a restauração da energia na capital paulista.

O apagão afetou aproximadamente 3,1 milhões de clientes, abrangendo 17 linhas de alta tensão, 11 subestações, 221 circuitos de média tensão, 105 transformadores, 251 postes e 1.492 ocorrências relacionadas à vegetação.

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) solicitou ao governo estadual mais prazo para o pagamento de impostos pelos estabelecimentos prejudicados. A entidade pede a prorrogação dos vencimentos tributários para cerca de 250 mil estabelecimentos impactados pela falta de energia.

Segundo a Fhoresp, nos quatro primeiros dias do apagão, os prejuízos para o setor já somaram R$ 150 milhões, com os micro e pequenos empresários sendo os mais afetados.

As chuvas e os ventos fortes que atingiram diversas cidades do estado de São Paulo também resultaram em sete mortes.