A futura empresa petroleira resultante da fusão entre a Enauta e a 3R Petroleum tem planos de explorar a Bacia da Foz do Amazonas, caso a Petrobras descubra petróleo na região, afirmou o futuro presidente-executivo, Décio Oddone, à Reuters.

A Enauta detém direitos sobre um bloco petrolífero na Foz do Amazonas, considerado uma área altamente promissora na Margem Equatorial do Brasil devido às semelhanças geológicas com a vizinha Guiana, onde a Exxon está desenvolvendo grandes campos.

A nova empresa aguardará a autorização do Ibama, órgão ambiental, para que a Petrobras realize perfurações em outro bloco também localizado na Foz do Amazonas. Se essa perfuração for bem-sucedida, a nova empresa planeja investir na região para desenvolver seu próprio bloco, explicou Oddone.

“Já temos o bloco da Enauta na região há um bom tempo e estamos aguardando os desdobramentos. Estamos presentes na Foz e também na região do Pará-Maranhão. A ideia é simples: se a Petrobras obter autorização e encontrar algo lá, nós seguiremos o mesmo caminho”, disse Oddone.

A Enauta já realizou levantamentos sísmicos 3D na área, e o processamento dos dados foi concluído.

Na semana passada, a 3R Petroleum (RRRP3) anunciou que seu conselho de administração aprovou a incorporação da Enauta, formando uma empresa petrolífera com alto potencial de crescimento nos próximos anos.

Se a fusão for concluída, a nova empresa teria o potencial de produzir mais de 100 mil barris de petróleo equivalente por dia.

Apesar disso, Oddone afirmou que a empresa buscará parcerias para explorar seu bloco na Foz do Amazonas, e a Petrobras poderia ser uma opção viável.

“A Petrobras é uma líder de mercado, sempre foi ela quem atraiu outras empresas para os leilões… e todos querem ser parceiros da Petrobras devido à sua vasta quantidade de informações e experiência”, observou o executivo. “Na verdade, poderíamos até considerar buscar a Petrobras como parceira”, acrescentou.

Há aproximadamente um ano, a Petrobras aguarda uma decisão do Ibama sobre um recurso após a agência negar uma licença para perfuração na Foz do Amazonas, citando preocupações ambientais e com as comunidades indígenas.

Na última semana, a Petrobras recusou-se a realizar os estudos solicitados pelo Ibama para avançar no processo de licenciamento, alegando que o pedido não era justificado.

Nesta semana, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu o direito do país de explorar a região da Foz do Amazonas e afirmou que a futura CEO da Petrobras, Magda Chambriard, compartilha dessa perspectiva.

Enquanto aguarda, Oddone declarou que a nova empresa buscará inicialmente sinergias e, posteriormente, desenvolverá seus ativos existentes. No entanto, no futuro, pretende expandir seus portfólios tanto em terra quanto no mar.