A taxa de inflação anual na Argentina ultrapassou os 100%, conforme informou o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) do país nesta terça-feira (14). Para encontrar um índice semelhante, é preciso voltar a setembro de 1991, há 32 anos, quando o país saía de uma hiperinflação. 

Há alguns meses, Sergio Massa, ministro da Economia do País, previu uma inflação de 3% antes de abril de 2023. Entretanto, a realidade foi bem diferente: o Instituto de Estatísticas e Censos da Argentina (INDEC) anunciou que a inflação de fevereiro foi de 6,6%, acumulando 102,5% nos últimos 12 meses.

Os 6,6% de fevereiro ficaram acima dos 6,1% que os principais economistas do país previram, segundo a sondagem mensal do próprio Banco Central argentino.

O país já havia se deparado com um cenário de juros mais altos na última avaliação. Nos últimos 12 meses, encerrados em 2022, o índice de preços atingiu 94,8%. O maior aumento aconteceu nos alimentos (9,8%), cujo principal impacto atinge a parte mais pobre da população.

“Os dados de inflação de fevereiro são, sem dúvida, muito ruins. Em especial, em fevereiro o impacto da carne foi muito forte, que subiu 19,5% devido à intensa estiagem que estamos passando”, afirmou, em comunicado, o secretário de Política Econômica da Argentina, Gabriel Rubinstein.

Como a inflação em alta afeta a vida na Argentina

A alta na inflação é um grande problema para valores fixados, como salários, mensalidades escolares, aluguéis e taxas de juros pré-fixadas. Com uma inflação positiva, o poder de compra do salário diminui. Esse problema ocorre se a inflação ficou acima do projetado, como no caso da economia Argentina. Se a previsão inicial é de uma inflação alta, essa expectativa é incorporada nos contratos.

A inflação alta tem outros efeitos indesejados a longo prazo. Em particular,  o impacto no poder de compra da moeda e do dinheiro em caixa.

Se os preços aumentam repentinamente, a quantidade de bens e serviços que uma nota de 100 reais pode comprar diminui na mesma velocidade. Isso prejudica quem faz mais transações com dinheiro vivo – particularmente os mais pobres.

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