Nesta quinta-feira, o Ibovespa enfrentou um dia de leve realização, após seis sessões consecutivas de alta. O índice caiu 0,38%, fechando aos 132.008 pontos, em um contexto de forte alta nos juros futuros e após o leilão recorde do Tesouro Nacional. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic em 1 ponto percentual e indicou nova alta para a próxima reunião, teve impacto direto na movimentação do mercado, reduzindo o ímpeto de valorização do índice.

Impacto dos juros futuros e do leilão recorde do Tesouro Nacional

O dia foi marcado por alta volatilidade, com o Ibovespa oscilando entre os 131.813 pontos e os 132.713 pontos. O aumento dos juros futuros gerou um clima de cautela nos investidores, que reagiram também à elevação da Selic. O leilão do Tesouro Nacional, realizado no mesmo dia, foi o maior da história, impactando diretamente o fluxo financeiro na B3 e ampliando a pressão sobre as ações. Com isso, o volume financeiro foi de R$ 18,6 bilhões no índice e de R$ 24,0 bilhões na B3, o que demonstra a intensificação das operações em um cenário de maior risco.

Comportamento do mercado internacional

Além das oscilações no mercado doméstico, os índices de Nova York também apresentaram volatilidade. O Nasdaq teve uma queda de 0,33%, o Dow Jones recuou 0,03% e o S&P 500 fechou em baixa de 0,22%. Essa dinâmica contribuiu para o clima de incerteza nos mercados financeiros globais, afetando diretamente os negócios na Bolsa brasileira. O desempenho misto nos mercados internacionais reflete a crescente pressão sobre os investidores diante da expectativa de novas altas nos juros, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Petrobras e Vale

O comportamento das ações da Petrobras foi um dos destaques do pregão. As ações da companhia, que inicialmente não acompanharam o movimento de alta dos preços do petróleo, conseguiram se recuperar no final do dia. As preferenciais (PN) subiram 0,22%, enquanto as ordinárias (ON) avançaram 0,46%, refletindo o fechamento positivo das cotações da commodity. A recuperação das ações da estatal foi vista como uma resposta ao fechamento mais otimista do mercado de petróleo.

Por outro lado, as ações da Vale apresentaram queda de 0,31%, influenciadas por uma leve realização no setor de mineração. A companhia foi afetada por um cenário de aversão ao risco que se espalhou pela Bolsa, impulsionado pelas preocupações com a elevação dos juros no Brasil e o impacto nas expectativas de crescimento econômico.

Embraer lidera perdas com queda de 6,72%

Entre as maiores quedas do índice, as ações da Embraer se destacaram, apresentando um declínio expressivo de 6,72%. A empresa, que tem enfrentado desafios no setor aeroespacial, foi diretamente impactada pela realização dos investidores, em um cenário de ajustes nos preços das ações. O movimento reflete uma correção natural após o forte desempenho das últimas semanas, com os investidores aproveitando o momento para reduzir posições.

Minerva e Marfrig

As ações da Minerva e da Marfrig apresentaram forte alta durante o pregão, com ganhos de 8,41% e 6,70%, respectivamente. Esse desempenho positivo veio após a divulgação de seus resultados financeiros, que agradaram os investidores e refletiram a boa performance operacional das empresas. A Minerva, líder no setor de carnes, e a Marfrig, com forte presença no mercado internacional, se beneficiaram do bom desempenho em seus balanços, sendo as grandes protagonistas de alta no dia.

Maiores altas do Ibovespa hoje (20)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
BEEF3+8.41%R$ 6,06
MRFG3+6.70%R$ 17,05
JBSS3+4.27%R$ 40,80
AMOB3+3.45%R$ 0,30
MRVE3+2.34%R$ 5,25

Maiores quedas do Ibovespa hoje (20)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
EMBR3-6.72%R$ 73,96
PETZ3-4.54%R$ 4,42
LWSA3-3.99%R$ 2,65
LREN3-3.31%R$ 11,99
VIVT3-2.93%R$ 49,11

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa131.955-554-0,42%
🇧🇷 USD/BRL5,6733+0,0253+0,45%
🇺🇸 S&P 5005.662,89-12,40-0,22%

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Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.