O HSBC Holdings, um dos maiores bancos do mundo, está passando por uma transformação significativa com o lançamento de uma grande reestruturação interna, que inclui uma mudança radical na forma como a instituição organiza suas operações. Como parte dos esforços do CEO Georges Elhedery para tornar o banco mais eficiente, executivos seniores de diversas áreas estão sendo obrigados a reaplicar para seus próprios cargos. Essa reestruturação surge em um momento de pressões financeiras e mudanças estratégicas no setor bancário global, que impactam diretamente o desempenho do HSBC.

O quê está acontecendo no HSBC?

A medida mais significativa da reestruturação envolve a recém-criada divisão de Banca Corporativa e Institucional (CIB), que reunirá diferentes áreas de negócios, como Banca Comercial e Banca Global e Mercados. O HSBC solicitou que centenas de executivos reapliquem para cargos dentro desta nova estrutura. Esse processo inclui uma competição direta entre gestores de alto escalão que antes ocupavam cargos nas divisões de Banca Comercial e Banca Global e Mercados, agora disputando posições dentro do CIB.

Quando e por que o HSBC decidiu adotar essa medida?

A decisão de implementar essa reestruturação foi anunciada pelo CEO Georges Elhedery em outubro de 2024. O objetivo é aumentar a eficiência do banco, que enfrenta pressões financeiras devido ao contexto econômico global. O HSBC já passou por várias tentativas de simplificação de suas operações nos últimos 16 anos, com cortes de mais de 100.000 funcionários. No entanto, o desempenho recente do banco não tem acompanhado o crescimento de seus concorrentes, como Barclays e Standard Chartered. Em parte, isso se deve à redução nas margens de lucro, gerada pelos cortes nas taxas de juros em várias regiões.

O processo de reaplicação dos executivos faz parte do esforço do HSBC para cortar custos e tornar suas operações mais ágeis. Como parte dessa mudança, o banco também vai eliminar o título de “gerente geral” para seus altos executivos, substituindo-o por “diretor-gerente”, que é mais comum em grandes instituições financeiras. A medida deve resultar em demissões significativas nos próximos meses.

Como a reestruturação vai afetar a estrutura interna do HSBC?

A nova divisão de CIB será liderada por Michael Roberts, enquanto Barry O’Byrne ficará responsável pela recém-criada divisão de Gestão Internacional de Patrimônio e Premier Banking. A reestruturação também inclui mudanças significativas nas divisões geográficas do banco. A unidade do Leste agora incluirá regiões como Ásia-Pacífico e Oriente Médio, enquanto o mercado Ocidental abrangerá as operações fora do Reino Unido, Europa e Américas. No entanto, Hong Kong e o Reino Unido manterão suas unidades autônomas.

Esse redesenho estrutural reflete uma tentativa de adaptação às novas demandas do mercado global e de focar as operações em áreas que podem gerar maior rentabilidade e crescimento a longo prazo.

Por que o HSBC está fazendo esses cortes e mudanças?

Os cortes e as mudanças na estrutura do banco visam reduzir os custos operacionais e melhorar a competitividade do HSBC. O aumento das despesas operacionais para US$ 8,1 bilhões no último trimestre foi um dos fatores que impulsionaram essa reestruturação. Ao mesmo tempo, o banco está tentando lidar com a pressão de sua queda em desempenho frente aos seus concorrentes.

Durante uma teleconferência com investidores, Elhedery ressaltou que o foco da reestruturação não é dividir o banco, mas simplificá-lo e torná-lo mais ágil. Ele acredita que essa simplificação ajudará o HSBC a lidar melhor com os desafios econômicos e a aumentar a rentabilidade no futuro.