Flávio Bolsonaro critica lideranças dentro do PL e se preocupa com o futuro político de seu pai
Flávio Bolsonaro fez duras críticas a lideranças dentro do PL, acusando-os de ignorar os princípios de seu pai, Jair Bolsonaro.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) expressou sua indignação em relação a algumas lideranças políticas que, segundo ele, surgiram “da costela” de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita nas redes sociais na quarta-feira, 22 de janeiro, e gerou reações dentro do Partido Liberal (PL), o qual é liderado pelos dois. A crítica de Flávio vem em um momento de turbulência no partido, que está passando por desentendimentos internos.
Flávio Bolsonaro fez uma publicação no Twitter (agora X), onde afirmou estar “estarrecido” ao observar certas atitudes de figuras políticas que, segundo ele, deveriam seguir os princípios e orientações de Jair Bolsonaro. Embora não tenha citado episódios específicos, o senador qualificou as ações dessas lideranças como “ignorância de como funciona o jogo do poder no Brasil”. Em sua postagem, ele ressaltou a falta de consideração de alguns membros do PL, acusando-os de não respeitar as diretrizes do ex-presidente.
O comentário de Flávio ocorre em meio a uma discussão mais ampla sobre as estratégias políticas dentro do PL, em particular a candidatura do ex-ministro Marcos Pontes (PL-SP) à presidência do Senado. Pontes foi criticado por Bolsonaro por se lançar como candidato sem o apoio formal do partido, o que gerou um racha nas relações entre eles. Bolsonaro chamou a atitude do ex-ministro de “lamentável”, dizendo que o PL perderia apoio em comissões caso o partido apoiasse a candidatura de Marcos Pontes.
Desentendimentos Dentro do PL e o Apoio ao Senado
Na segunda-feira, 20 de janeiro, Jair Bolsonaro criticou a postura de Marcos Pontes, afirmando que ele deveria ter buscado a aprovação do partido antes de lançar sua candidatura. Bolsonaro reforçou que o PL apoia a eleição do senador Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência do Senado, uma estratégia para garantir maior espaço político e apoio a projetos importantes para o ex-presidente.
Em entrevista ao UOL, Marcos Pontes se manteve firme em sua decisão de concorrer ao cargo de presidente do Senado, afirmando que, apesar das divergências, “amigo é assim mesmo: às vezes concorda, às vezes não”. A eleição para o cargo acontecerá em 1º de fevereiro, e o PL terá de escolher entre apoiar Pontes ou Alcolumbre, em um momento de crescente tensão interna.
Além das críticas a líderes do PL, Flávio Bolsonaro também se referiu aos candidatos à presidência em 2026. Ele criticou a ascensão de figuras da direita mais jovens, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), que se apresentam como alternativas para a “terceira via”. Segundo Flávio, esses candidatos estão tentando criar uma “direita limpinha”, mas não têm a experiência necessária para lidar com as complexidades da política brasileira. Ele também se referiu a esses políticos como inexperientes, incapazes de enfrentar os desafios do sistema atual.
Em paralelo, Jair Bolsonaro também se posicionou sobre o futuro político e sobre os possíveis concorrentes à presidência em 2026. Em uma entrevista ao canal AuriVerde Brasil, ele se comparou a “uma canoa velha para atravessar o rio cheio de piranhas”, implicando que, sem a sua presença, a eleição não será democrática. Embora tenha se mostrado disposto a enfrentar os desafios da política brasileira, Bolsonaro se mostrou cético quanto à capacidade de outros possíveis candidatos da direita, especialmente os mais jovens, para conduzir o país.
Uma das questões que mais pesam sobre a postura política de Jair Bolsonaro é a sua inelegibilidade até 2030, após condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em três ocasiões. Embora o ex-presidente não possa concorrer a cargos eletivos até 2030, ele se mantém ativo no cenário político, criticando tanto adversários quanto aliados.
Em suas últimas declarações, Bolsonaro comparou a investigação que culminou em seu indiciamento por suposto envolvimento em um golpe de Estado em 2022 a uma perseguição política semelhante à que ocorre nos Estados Unidos, onde democratas buscam enfraquecer os republicanos. No Brasil, segundo ele, o PT estaria tentando destruir o PL, o maior partido de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro ainda afirmou que o PL precisa se “limpar” de oportunistas em 2026, dando a entender que o partido deveria afastar figuras que não compartilham seus valores e compromissos com o futuro do país