Criptomoeda do projeto Mantra sofre colapso e levanta suspeitas de manipulação de mercado
O token OM, ligado ao projeto de criptomoeda Mantra, sofreu uma queda de 90% em poucas horas, causando alvoroço no mercado.

Na madrugada de segunda-feira (14), o token OM, associado ao projeto de criptomoeda Mantra, enfrentou uma queda abrupta de 90% de seu valor em poucas horas. Este evento gerou preocupações no mercado e levantou suspeitas de possível manipulação de mercado, especialmente após movimentações de grandes investidores, como a Laser Digital, empresa ligada ao banco japonês Nomura, para corretoras de criptomoedas dias antes do colapso.
O que aconteceu com o Token OM?
O token OM, que é parte do ecossistema de criptomoedas do projeto Mantra, viu seu valor derreter de maneira inesperada entre o domingo (13) e a manhã de segunda-feira (14), resultando em uma desvalorização de 90% em um curto espaço de tempo. Essa queda gerou um impacto significativo no mercado de criptomoedas e deixou investidores preocupados sobre a saúde do projeto.
De acordo com a empresa responsável pelo token, a Mantra, a desvalorização do OM foi impulsionada por um fenômeno de liquidações forçadas. As liquidações ocorrem quando corretoras fecham automaticamente as posições de clientes para cobrir perdas, especialmente quando o valor do ativo atinge um ponto crítico. Segundo a empresa, o movimento de queda não tem relação com falhas internas ou problemas estruturais no projeto. “A atividade de hoje foi provocada por liquidações imprudentes”, informou a Mantra em sua conta oficial na rede social X (anteriormente conhecida como Twitter).
Investidores de peso movimentam grandes quantias de Tokens
A situação se tornou ainda mais intrigante quando dados públicos de transações mostraram movimentações substanciais de tokens para corretoras, ocorrendo dias antes do colapso. A plataforma de análise Lookonchain relatou que carteiras associadas a grandes investidores, como a Laser Digital (ligada ao grupo do banco Nomura), transferiram grandes quantias para corretoras pouco antes do evento de desvalorização. A Laser Digital, por sua vez, negou qualquer envolvimento e afirmou que os endereços envolvidos não pertencem à empresa, chamando a atenção para a falta de transparência nas transações.
Outro investidor mencionado foi Shane Shin, da Shorooq Partners, que também foi citado em reportagens relacionadas ao colapso do token OM. Shin, no entanto, se defendeu das acusações, afirmando que não havia realizado vendas dos tokens, e que qualquer investigação poderia ser feita pela comunidade, uma vez que as transações poderiam ser verificadas publicamente.
As reações das corretoras envolvidas
O impacto do colapso foi amplificado pela reação das corretoras envolvidas no processo. A Binance, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, explicou que a queda do token OM foi resultado de liquidações cruzadas entre diferentes plataformas. Esse tipo de liquidação ocorre quando posições abertas em diferentes corretoras são encerradas ao mesmo tempo, o que pode gerar uma pressão de venda massiva e acelerar a desvalorização.
Já o fundador da OKX, outra grande corretora de criptomoedas, classificou o episódio como um “grande escândalo” para o setor de criptomoedas. A declaração sugere que o episódio possa ter afetado não apenas o projeto Mantra, mas também a confiança do mercado em relação à integridade do mercado de criptoativos como um todo.
A parceria da Mantra e o crescimento do Token OM
Embora o colapso do token OM tenha abalado a confiança dos investidores, é importante lembrar que o projeto Mantra ainda possui um histórico de crescimento impressionante. O projeto ganhou destaque após firmar uma parceria estratégica com o grupo DAMAC, dos Emirados Árabes Unidos, com o objetivo de digitalizar ativos no valor de US$ 1 bilhão. Em 2024, o token OM registrou uma valorização superior a 400%, destacando-se como uma das criptomoedas de maior desempenho no ano.
Apesar da queda drástica em seu valor, a Mantra continua afirmando que o projeto permanece sólido, e que está comprometida em resolver as questões que envolvem o evento de liquidação. O cofundador da Mantra, John Patrick Mullin, comentou sobre a situação, dizendo que a origem do problema está na atuação das corretoras, que teriam realizado as liquidações de maneira repentina e sem aviso prévio, deixando os investidores em uma posição vulnerável.