Confiança da indústria avança para 92,9 pontos em dezembro

Os dois componentes do índice acompanharam o movimento positivo, segundo dados da FGV.

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Última atualização:  29 de dez, 2025 às 15:44
Imagem de uma zona industrial mostrando grandes tubos de aço, estruturas metálicas e escadas de acesso, com iluminação natural entrando pela parte superior. Imagem: Envato Elements

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pelo FGV IBRE, avançou 3,8 pontos em dezembro, chegando a 92,9 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador também mostrou recuperação, registrando alta de 0,8 ponto, para 90,6 pontos.

Apesar da melhora, o nível de confiança ainda permanece abaixo dos 100 pontos — patamar que indica neutralidade — o que sugere que o setor segue operando em ambiente de cautela.

Alta reflete compensação após sequência negativa

De acordo com o economista Stéfano Pacini, do FGV IBRE, o resultado de dezembro devolve parte das perdas acumuladas ao longo do ano.

Segundo ele, a melhora ainda não representa uma mudança clara no humor do empresariado, mas sim um movimento de ajuste, com empresas reorganizando estoques diante de uma demanda momentaneamente mais favorável.

Pacini destaca ainda que o cenário macroeconômico continua pressionado por política monetária contracionista e sinais de desaceleração da atividade.

Situação atual e expectativas avançam

Os dois componentes do índice acompanharam o movimento positivo:

  • Índice de Situação Atual (ISA): alta de 2,8 pontos, para 92,4
  • Índice de Expectativas (IE): avanço de 4,6 pontos, para 93,4

Entre os indicadores do ISA, o principal impulso veio do nível atual de demanda, que subiu 3,1 pontos, alcançando 96,5 pontos. Já a avaliação sobre a situação atual dos negócios aumentou 2,5 pontos, chegando a 90,4 pontos.

Por outro lado, o indicador de estoques recuou 2,5 pontos, para 109,1 pontos, permanecendo acima de 100 — o que indica estoque maior que o desejado pela indústria.

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Produção prevista é destaque entre expectativas

No campo das projeções, todos os indicadores apresentaram melhora:

  • Produção prevista: alta expressiva de 12,2 pontos, para 97,0
  • Negócios nos próximos seis meses: avanço de 1,1 ponto, para 89,8
  • Emprego esperado: alta de 0,4 ponto, para 93,8

Embora as expectativas ainda estejam abaixo de 100 pontos, o resultado mostra redução do pessimismo na comparação com meses anteriores.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) registrou leve queda de 0,1 ponto percentual, fechando dezembro em 79,6%. Este é o pior resultado desde abril de 2021, quando o indicador marcou 79,2%. O dado reforça a percepção de atividade industrial moderada e ritmo produtivo abaixo do potencial.

Recuperação ainda é parcial

Mesmo com o avanço no fim do ano, a confiança industrial segue em terreno negativo. Para o FGV IBRE, a continuidade da retomada dependerá de fatores como:

  • Comportamento da demanda;
  • Ritmo da economia;
  • Custo do crédito.

Enquanto isso, empresários mantêm postura prudente em relação a 2026.

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Lucas Machado

Redator e psicólogo com quase 5 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.