A equipe global de pesquisa do Bank of America (BofA) compilou as principais previsões para a economia global em 2024, destacando a previsão de redução nas taxas de juros nas economias desenvolvidas. Esse movimento é liderado pelo Federal Reserve e pelo Banco Central Europeu (BCE), enquanto o Brasil não figura na lista.

Apesar disso, o BofA ressalta que o alívio monetário terá impactos positivos nos ativos emergentes, potencialmente beneficiando a bolsa brasileira. O banco norte-americano projeta uma valorização de 10% no índice acionário S&P da bolsa de Nova York e um preço médio de US$ 90 para o barril de petróleo tipo Brent, uma referência global.

Entre os temas de destaque, encontram-se a inflação no Japão, a incerteza política relacionada às eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2024, as tensões geopolíticas e o elevado endividamento do governo dos EUA devido aos gastos com defesa.

Confira a seguir as principais previsões do BofA para 2024:

Inflação Menor, PIB Modesto e Pivô dos Bancos Centrais (BCs): O economista global do BofA, Claudio Irigoyen, prevê uma gradual diminuição da inflação global, enquanto o crescimento econômico desacelerará modestamente. Isso levará o Fed e o BCE a iniciarem cortes nas taxas de juros a partir de junho, com a taxa nos EUA alcançando entre 4,50% e 4,75% em dezembro. A estimativa é de uma redução total de 1 ponto percentual no custo do empréstimo pelo Fed em seis meses.

Susto nos Mercados: O estrategista de investimentos do BofA, Michael Hartnett, sugere que o mercado de baixa provavelmente persistirá até que crédito, petróleo e consumidores evitem uma “aterrissagem brusca”. O banco favorece rendimento de qualidade, com taxas e emissões desafiadoras em 2024, e espera que uma ameaça iminente desencadeie um movimento de pânico, propiciando um mercado de alta em títulos e metais preciosos.

10% para o S&P 500: A estrategista de ações do BofA, Savita Subramanian, expressa otimismo em relação ao mercado acionário, especialmente Wall Street. Ela prevê que o índice S&P 500 atingirá 5 mil pontos até o final de 2024, representando uma valorização de cerca de 10%. O banco destaca a adaptação das empresas americanas a taxas de juros e inflação mais elevadas, incluindo papéis cíclicos para aproveitar o cenário econômico de queda dos juros e crescimento moderado.

    Petróleo a US$ 90: O estrategista de commodities do BofA, Francisco Blanch, estima que o barril de petróleo tipo Brent terá uma média de US$ 90. Embora o aumento da demanda seja mais lento em 2024, os países exportadores da Opep+ devem cortar ainda mais a produção devido a riscos geopolíticos, especialmente no Oriente Médio. O BofA alerta para o risco de suprimentos de matérias-primas, especialmente petróleo, em caso de aumento das tensões militares ou econômicas regionais.

    Mercados emergentes: O BofA destaca a perspectiva positiva para ativos mais arriscados nos mercados emergentes, impulsionada pelos cortes nas taxas de juros nas economias desenvolvidas e pela redução do dólar após atingir o pico no início de 2024. David Hauner, estrategista global de mercados emergentes do BofA, prevê um ano de alta para esses mercados, especialmente durante a fase inicial do ciclo de flexibilização monetária do Fed.

    Com informações de InvestNews