Na terça-feira, 27 de fevereiro, a Polícia Federal (PF) desfez uma associação criminosa que iludia investidores com criptomoedas falsas e tokens não fungíveis (NFTs), prometendo altos lucros. O grupo, estimado em causar prejuízos de R$ 100 milhões a 22 mil pessoas, foi alvo da Operação Fast.

A ação policial, que envolveu dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, abrangeu os municípios de Itajaí e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e Curitiba e Londrina, no Paraná. Desde 2022, as autoridades vinham investigando o caso, e agora estão em execução medidas de sequestro e bloqueio de bens de cinco indivíduos e três empresas, cujos nomes não foram divulgados.

O esquema funcionava mediante a oferta de uma criptomoeda falsa às vítimas, supostamente vinculada a projetos que gerariam lucros. No entanto, os rendimentos não eram distribuídos, o que levou as vítimas a procurarem as autoridades. Para dar credibilidade ao ativo digital fraudulento, os responsáveis chegaram a promovê-lo em uma feira em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, conforme aponta a investigação.

Além da alegada atuação no setor de criptomoedas, os envolvidos no esquema afirmavam estar envolvidos na comercialização de franquias de mobilidade urbana.

Os integrantes do grupo enfrentarão acusações por crimes contra o sistema financeiro nacional, associação criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a 28 anos de reclusão, conforme declaração da PF.

No Brasil, os golpes envolvendo criptomoedas causaram perdas de pelo menos R$ 40 bilhões a 4 milhões de brasileiros em cinco anos. Um esquema em particular envolve uma gestora com fundos regulados situada na Faria Lima, em São Paulo, o principal centro financeiro do país.

Uma pesquisa recente realizada pela Comissão de Valores Mobiliários em colaboração com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) constatou que as vítimas de esquemas de pirâmide têm maior probabilidade de serem enganadas novamente do que pessoas que nunca foram afetadas por esse tipo de fraude.