B3 surpreende pouco no 3º trimestre, mas BTG vê oportunidades
Mesmo com receita 2% maior, analistas destacam potencial de valorização e perfil defensivo da companhia no longo prazo
Foto: Divulgação
O resultado da B3 no 3º trimestre de 2025 foi considerado “pouco inspirador” pelo BTG Pactual, que avaliou os números como estáveis, porém abaixo das expectativas do mercado.
Apesar disso, o banco reiterou a recomendação de compra para as ações da operadora da bolsa brasileira (B3SA3), com preço-alvo mantido em R$ 16,00, destacando a solidez operacional e o potencial de crescimento no médio e longo prazo.
O relatório do BTG foi divulgado nesta quarta-feira (12), após a apresentação dos resultados financeiros da companhia, que mostram leve alta na receita e controle rigoroso de custos.
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Destaques financeiros
A B3 registrou receita líquida de R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre, um crescimento de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas ligeiramente abaixo das projeções dos analistas.
As despesas totais somaram R$ 842 milhões, valor 3% inferior às estimativas do mercado. O desempenho foi favorecido pela redução das amortizações de ativos intangíveis decorrentes da fusão com a Cetip, além da continuidade na política de eficiência operacional adotada pela empresa.
Os analistas do BTG destacaram que o controle de custos contribuiu para preservar a margem operacional, mesmo diante de um ambiente desafiador para o segmento de renda variável.
Desempenho operacional
Segundo o BTG, o resultado da B3 no 3º trimestre reflete a atividade mais fraca no segmento de ações, que ainda sofre os efeitos do ciclo de juros elevados no Brasil. O menor volume médio diário negociado (ADTV) limitou o avanço da receita com taxas de negociação e listagem.
Por outro lado, as demais áreas do negócio — como infraestrutura de financiamento, derivativos e serviços de dados — registraram crescimento de dois dígitos, ajudando a compensar parcialmente a queda na atividade de bolsa.
A combinação desses fatores resultou em um trimestre estável, porém sem grandes surpresas, de acordo com os analistas.
Avaliação do BTG
Mesmo diante de resultados modestos, o BTG Pactual avalia que a B3 continua bem posicionada para capturar oportunidades de crescimento à medida que o ambiente macroeconômico melhore.
“A empresa se mantém como uma forte geradora de caixa, com perfil defensivo e alto potencial de distribuição de dividendos”, destacaram os analistas.
O relatório reforça que a diversificação do modelo de negócios da B3 — que abrange não apenas a bolsa de valores, mas também operações de financiamento e serviços tecnológicos — reduz sua exposição a ciclos econômicos e torna a companhia mais resiliente em períodos de instabilidade.
Além disso, o valuation atual é considerado atrativo, especialmente para investidores que buscam empresas com fluxo de caixa previsível e alto yield.
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