O Rodoanel Mário Covas ficou completamente bloqueado por mais de cinco horas na manhã desta quarta-feira (12) depois que uma carreta com suspeita de bomba e o motorista amarrado foi encontrada atravessada na pista, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. A situação mobilizou equipes da Polícia Militar, do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e da concessionária SPMar, que administra o trecho.
Segundo a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), o condutor relatou ter sido vítima de assalto seguido de sequestro, o que levou as autoridades a interditarem toda a via como medida preventiva.

Polícia confirma que artefato era simulacro

A ocorrência envolvendo a carreta com suspeita de bomba no Rodoanel começou por volta das 4h da manhã, quando o motorista acionou o centro de controle da rodovia informando que estava sendo feito refém e que havia explosivos no veículo.
Diante da gravidade da denúncia, a Polícia Militar Rodoviária determinou o isolamento total das pistas no km 44, impedindo o tráfego de veículos no trecho entre Embu das Artes e Itapecerica da Serra.

Equipes do Esquadrão Antibombas do Gate foram acionadas e contaram com o apoio aéreo do helicóptero Águia para sobrevoar o local. Após uma análise detalhada, feita com drones e equipamentos de detecção, o grupo confirmou que o artefato encontrado não apresentava risco de explosão, tratando-se de um simulacro de bomba.

Por volta das 9h30, o motorista foi retirado com segurança da carreta e levado para atendimento médico no Hospital Geral de Itapecerica da Serra. Com a confirmação de que não havia ameaça real, o Rodoanel começou a ser liberado gradualmente em comboio a partir das 10h15.

Versões sobre o caso ainda estão sendo investigadas

Embora o motorista tenha informado à SPMar e à Artesp que havia sido sequestrado por três homens, a Polícia Militar trabalha com outra hipótese: a de que o condutor possa ter sofrido um surto psicótico.
Segundo informações preliminares da corporação, o comportamento do homem levantou dúvidas sobre a veracidade do relato inicial, o que levou à abertura de uma investigação para esclarecer as circunstâncias da ocorrência.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou, em nota, que o relato de sequestro e a presença de explosivos partiram do próprio motorista e reforçou que todos os procedimentos de segurança foram adotados para garantir a integridade de motoristas, equipes de resgate e policiais envolvidos.
O caso continua em apuração para determinar se houve realmente ação criminosa ou se o episódio está relacionado a questões psicológicas do condutor.

Bloqueio provocou mais de 40 km de congestionamento

Durante a interdição total do trecho, o Rodoanel Mário Covas registrou quase 40 quilômetros de congestionamento, afetando motoristas que trafegavam entre o Trecho Sul e o Trecho Oeste da rodovia.
A concessionária SPMar informou que a medida de bloqueio total foi necessária devido à possibilidade de explosivos e ao risco de ferimentos em caso de detonação.
A operação contou com agentes da Polícia Militar Rodoviária, do Gate e da Artesp, além do apoio de equipes de emergência e resgate.

Após o desbloqueio, o tráfego foi liberado aos poucos, com acompanhamento policial, e a situação foi normalizada no início da tarde.

Motorista fazia trajeto do Acre a São Bernardo do Campo

De acordo com informações da concessionária SPMar, o caminhoneiro estava em viagem do estado do Acre com destino a São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, quando o episódio ocorreu.
Durante o trajeto, ele teria sido abordado e obrigado a posicionar o caminhão de forma a bloquear completamente a rodovia, o que deu início à grande mobilização policial.

Apesar de ter sido encaminhado ao hospital consciente, o motorista não apresentou ferimentos graves. As autoridades aguardam avaliação médica e depoimentos adicionais para compreender o que de fato motivou a ocorrência.

SSP reforça medidas de segurança e investigação

Em comunicado oficial, a Secretaria de Segurança Pública destacou que o isolamento total do trecho foi uma ação preventiva essencial para evitar riscos à população e às equipes de atendimento.
O órgão também afirmou que continuará acompanhando as investigações conduzidas pela Polícia Civil, que deverá ouvir testemunhas e analisar imagens das câmeras do Centro de Controle Operacional (CCO) da rodovia.

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