Polícia desmonta esquema de roubo de joias em programa de TV

A Polícia Civil desarticulou em Ribeirão Preto (SP) um esquema de roubo de joias que se estendia por três estados.

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Última atualização:  08 de set, 2025 às 11:46
Polícia desmonta esquema de roubo de joias em programa de TV Foto: Freepik

Um esquema de roubo de joias milionário foi desarticulado pela Polícia Civil em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, após uma família reconhecer ao vivo, em um programa de televisão, parte de sua coleção sendo vendida. A operação revelou uma rede de receptação que se estendia por São Paulo, Minas Gerais e Paraná, envolvendo criminosos, intermediários e até um programa especializado em joias.

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Prisões e operação policial

Outro envolvido identificado foi Welker dos Santos Ferreira de Mattos, apontado como um dos autores do assalto. Ele foi reconhecido pelas vítimas e também acabou detido. Até o momento, a polícia acredita que mais pessoas façam parte da quadrilha, já que apenas 10% das peças foram recuperadas.

O crime em Ribeirão Preto

O caso começou em 16 de maio, quando três criminosos invadiram uma residência em Ribeirão Preto. Após uma tentativa frustrada, eles retornaram no dia seguinte, cortaram a cerca e renderam quatro pessoas da família — incluindo um casal de idosos, o filho e uma funcionária.

Segundo depoimentos, os assaltantes agiram de forma direcionada. “Eles perguntaram diretamente pelas joias”, relatou o proprietário da casa. No total, foram levadas cerca de 300 peças de joalheria e oito relógios Rolex, incluindo um colar de ouro e diamantes com o símbolo do Espírito Santo, adquirido há mais de 20 anos.

Joias aparecem em programa de TV

Semanas depois, a esposa da vítima se surpreendeu ao ver na televisão um colar idêntico ao seu sendo comercializado durante o programa “Mil e Uma Noites”, transmitido ao vivo. Ao acompanhar as edições seguintes, a família reconheceu diversas outras peças do acervo roubado.

Para confirmar a suspeita, decidiram adquirir oito joias que acreditavam ser suas. O material foi entregue pessoalmente por um funcionário da empresa, com nota fiscal e certificado de garantia emitidos em nome do programa. “Não é coincidência. As minhas joias estavam no mesmo lugar onde eu costumava comprar”, declarou a vítima.

Investigação sobre receptação

A partir desse indício, os agentes foram até a sede do programa, em Curitiba (PR), onde localizaram mais peças de origem ilícita. O delegado responsável pelo caso, Diógenes Santiago Netto, lembrou que a empresa já havia sido investigada em 2009 por venda de joias sem procedência, mas o processo foi arquivado por falta de provas.

O proprietário do programa, Paulo César Calluf, afirmou em nota que todas as peças são consignadas por fornecedores previamente cadastrados e submetidos a critérios rigorosos. Entretanto, a polícia destacou que a empresa não apresentou documentação capaz de comprovar a origem das joias.

Segundo as investigações, os itens teriam sido entregues ao programa por Haig Hovsepian, de Uberaba (MG). Em depoimento, ele disse ter adquirido o lote de Diego de Freitas por R$ 170 mil, revendendo-o ao programa por R$ 190 mil. A defesa de Hovsepian afirma que o comerciante compareceu espontaneamente à delegacia assim que soube da suspeita de origem ilícita das peças.

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