As manifestações deste 7 de Setembro ganharam força em várias capitais do país, reunindo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em defesa de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. O feriado da Independência, tradicionalmente marcado por celebrações cívicas, transformou-se em palco de discursos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e críticas ao ministro Alexandre de Moraes.

Paulista registra mais de 40 mil pessoas

Em São Paulo, o ato concentrou-se na Avenida Paulista, onde o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) chamou Moraes de “tirano” e cobrou do Congresso a votação da anistia. Segundo estimativas do Monitor Político do Cebrap e da USP, o público chegou a 42,2 mil pessoas, número próximo ao registrado em 2024. Durante o discurso, Tarcísio também defendeu a candidatura de Bolsonaro em 2026:

“Deixa o Bolsonaro ir para a urna, qual o problema? Ele é o nosso candidato”, afirmou.

manifestação na paulista em 7 de setembro de 2025
Fonte: Foto Produção Melhor Investimento

Cartazes em inglês pediram apoio do presidente americano Donald Trump, enquanto faixas exigiam o impeachment de Moraes. O ato contou ainda com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que, emocionada, alegou perseguição política contra o marido.

Copacabana também lota em apoio a Bolsonaro

No Rio de Janeiro, a orla de Copacabana recebeu cerca de 42,7 mil manifestantes, segundo o mesmo levantamento. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o governador Cláudio Castro e o deputado Alexandre Ramagem (PL) discursaram no carro de som, reforçando o pedido por anistia e defendendo a volta de Bolsonaro à cena eleitoral.

Mobilização em outras capitais

Atos também ocorreram em Recife, Belo Horizonte, Florianópolis, Belém, Goiânia, São Luís, Maceió, Brasília, Uberlândia e Juiz de Fora, com participação de parlamentares aliados e presença de símbolos como um boneco inflável de Trump em Pernambuco. Em algumas cidades, as manifestações tiveram formato de motociata e carreatas.

STF retoma julgamento nesta semana

Enquanto os atos pediam anistia, o STF se prepara para retomar, na terça-feira (9), o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e mais quatro crimes. Caso seja condenado, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar e está proibido de participar de eventos públicos.

Congresso pressionado

No Congresso Nacional, cresce a pressão para que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), coloque em votação uma proposta de anistia. A discussão divide parlamentares: setores do PL e do Centrão pedem um perdão amplo, enquanto outras correntes defendem restringir o benefício a condenados já sentenciados. O governo Lula, por sua vez, se posiciona contra qualquer medida de anistia.

Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.