Primeira missão espacial tripulada em órbita polar retorna com sucesso à Terra
A missão Fram2, que realizou a inédita rota sobre os polos da Terra, finalizou com êxito seu trajeto na última sexta-feira (4), reforçando os avanços da SpaceX em voos espaciais de perfil inovador.

A primeira missão espacial tripulada em órbita polar encerrou com sucesso sua jornada na manhã da última sexta-feira (4), após uma reentrada segura na atmosfera terrestre. A cápsula Crew Dragon, da SpaceX, retornou à Terra trazendo os quatro tripulantes que participaram da expedição, pousando suavemente no Oceano Pacífico, próximo à costa sul da Califórnia, por volta das 9h (horário local).
A bordo estavam cientistas civis, empresários e exploradores que participaram da missão Fram2 — batizada em homenagem ao lendário navio polar norueguês Fram. O projeto foi idealizado e financiado pelo investidor de criptomoedas Chun Wang, marcando um novo capítulo nas missões orbitais privadas com fins científicos e exploratórios.
Missão espacial tripulada em órbita polar: feito inédito na história dos voos tripulados
O grande diferencial da missão Fram2 foi sua rota em órbita polar, uma trajetória raramente usada em voos tripulados por conta de seus desafios técnicos e riscos aumentados. Ao sobrevoar tanto o Polo Norte quanto o Polo Sul, a missão se destacou como a primeira do tipo a realizar esse percurso com uma tripulação a bordo.
A espaçonave utilizada foi a Crew Dragon Resilience, acoplada ao foguete Falcon 9, ambos desenvolvidos pela SpaceX, empresa de Elon Musk. O lançamento aconteceu no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, na noite de segunda-feira, 31 de março, às 21h46 (horário local).
Esse lançamento representou a 67ª tentativa de lançamento orbital no mundo em 2025 e a 37ª missão da SpaceX apenas neste ano, demonstrando a liderança da empresa no setor de lançamentos comerciais e científicos.
Tecnologia e precisão no retorno à Terra
Além da reentrada bem-sucedida da cápsula, outro destaque tecnológico da missão foi a recuperação do primeiro estágio do Falcon 9. Após cumprir sua função de impulsionar a cápsula até a órbita polar, o propulsor retornou e pousou de maneira autônoma na plataforma marítima da SpaceX, chamada A Shortfall of Gravitas, localizada no Oceano Atlântico.
Esse tipo de recuperação é parte fundamental do modelo de reutilização da SpaceX, que visa reduzir significativamente os custos de acesso ao espaço, além de acelerar o ritmo de lançamentos e experimentações orbitais.
Exploração polar: importância científica e simbólica
A escolha por uma missão espacial tripulada em órbita polar não foi apenas um desafio tecnológico, mas também um gesto simbólico e científico. Sobrevoar as regiões polares da Terra permite a coleta de dados únicos sobre o campo magnético do planeta, a radiação cósmica em latitudes extremas e outras condições ambientais que afetam tanto a atmosfera quanto as comunicações espaciais.
Além disso, o nome da missão — Fram2 — homenageia o Fram, navio que levou grandes exploradores noruegueses como Fridtjof Nansen e Roald Amundsen ao Ártico e à Antártida. A associação entre a exploração polar terrestre do século XIX e a espacial do século XXI reforça o caráter histórico da missão.