Em abril do ano passado, o Citigroup, um dos maiores bancos dos Estados Unidos, cometeu um erro que chamou a atenção globalmente. Ao realizar uma transferência para um cliente, o banco acidentalmente creditou R$ 469,8 trilhões, um valor superior ao PIB global e muito maior que o valor de mercado do próprio Citi, que é de cerca de R$ 870 bilhões.

O erro aconteceu durante uma tentativa de transferência de R$ 1.624, mas os valores foram trocados, gerando um montante astronômico na conta do cliente. A quantia foi registrada por dois funcionários do banco sem que fosse detectada de imediato. O erro foi corrigido rapidamente, mas o incidente expôs falhas significativas nos sistemas de gerenciamento de risco do banco.

Quando o erro foi descoberto e como foi corrigido

A falha foi detectada apenas 90 minutos após a transação ser realizada, quando a equipe do Citi percebeu a discrepância nos valores transferidos. Em seguida, o banco notificou as autoridades competentes, incluindo o Federal Reserve (banco central dos EUA) e o Escritório do Controlador da Moeda, classificando o incidente como um “quase erro grave”. Felizmente, o valor transferido nunca saiu efetivamente do banco, o que evitou maiores consequências financeiras. A correção foi feita rapidamente, e o banco garantiu que seus sistemas de controle detectaram o erro entre duas contas do Citi e impediram a finalização da transação.

O histórico de erros no Citigroup

Esse erro colossal não é isolado, e o Citigroup tem enfrentado uma série de problemas com seus sistemas e controles internos nos últimos anos. Em 2022, o banco provocou um colapso no mercado europeu ao cometer um erro simples: um funcionário adicionou um zero a mais em uma operação, causando uma venda massiva de ativos que resultou na perda de R$ 2 trilhões em valor de mercado. Esse incidente resultou em uma multa de R$ 487,5 milhões pelo regulador britânico.

Em 2020, o Citigroup cometeu outro erro notável ao transferir acidentalmente R$ 5,22 bilhões para um grupo de credores envolvidos em uma disputa judicial com a empresa de cosméticos Revlon. Essa falha também gerou multas significativas, incluindo uma de R$ 2,32 bilhões por falhas em seus processos de gerenciamento de riscos e controles internos.

Esses erros e incidentes têm afetado gravemente a reputação do Citigroup, um dos maiores bancos do mundo, e evidenciam a necessidade urgente de revisão nos seus processos internos.

As multas e ações regulatórias impostas ao Citigroup

Após os diversos erros cometidos, o Citigroup foi alvo de várias multas ao longo dos anos. Em 2020, a autoridade reguladora dos EUA multou o banco em R$ 2,32 bilhões, afirmando que o Citi não havia resolvido os problemas que afetavam seus controles internos e processos de gerenciamento de riscos. Mais recentemente, em 2023, o banco foi multado novamente em R$ 789 milhões devido à falta de avanço na correção dos problemas relacionados à gestão de dados e à eficiência dos controles internos.

Essas multas e ações regulatórias refletem a crescente insatisfação dos órgãos responsáveis pela supervisão do setor financeiro com a falta de transparência e com os erros recorrentes do banco. A pressão sobre o Citigroup aumentou, pois o banco tem enfrentado um desafio contínuo para melhorar sua governança e evitar futuros incidentes.

Mudanças na liderança e esforços para melhorar a governança

Em meio a esse cenário de falhas operacionais e multas, o Citigroup passou por mudanças significativas em sua liderança. Em 2021, Michael Corbat, então CEO do banco, deixou o cargo, e Jane Fraser assumiu a posição. Fraser tem sido uma defensora de uma maior transparência e de melhorias nos controles internos da instituição. Em diversas declarações, a nova CEO destacou que a melhoria dos processos de gerenciamento de riscos e a revisão dos sistemas de controle são prioridades para o banco.

No entanto, apesar das promessas de mudanças, os erros continuam a ocorrer, como evidenciado pelo incidente de abril de 2024. Isso levanta a questão sobre a eficácia das medidas implementadas até o momento e a necessidade de uma revisão mais profunda nos processos internos do banco.

o no erro cometido pelo Citigroup e as repercussões associadas, sem infringir direitos autorais.