O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrou sua primeira queda em outubro nesta quinta-feira (3), fechando com uma desvalorização de 1,38%, aos 131.671,51 pontos. O desempenho negativo foi impulsionado pela queda das ações da Vale e do setor bancário, que enfrentaram um dia de perdas generalizadas, enquanto a Petrobras conseguiu se destacar, beneficiada pelo aumento dos preços do petróleo.

Queda do Ibovespa e ações em destaque

O índice, que perdeu 1.843,43 pontos, teve seu maior revés em duas semanas, refletindo uma “ressaca” após a recente elevação da nota de crédito do Brasil pela agência Moody’s. Embora a classificação tenha gerado euforia temporária entre os investidores, as preocupações com a sustentabilidade fiscal do país e a criação de despesas permanentes com receitas temporárias permaneceram no centro das atenções.

A Vale (VALE3) foi uma das principais responsáveis pela queda do índice, registrando uma desvalorização de 1,92%. Além dela, os grandes bancos também enfrentaram perdas significativas: Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 2,46%, Santander (SANB11) recuou 2,30%, e Bradesco (BBDC4) desceu 1,05%. A B3 (B3SA3), bolsa de valores brasileira, também viu seus papéis caírem, fechando com uma perda de 2,01%.

Por outro lado, a Petrobras (PETR4) destacou-se ao subir 1,23%, beneficiada pela alta nos preços do petróleo, que dispararam mais de 5% no mercado internacional devido às tensões no Oriente Médio. A PRIO (PRIO3) também se saiu bem, registrando uma alta de 1,11%. Apesar disso, apenas 10 ações do índice terminaram o dia em território positivo.

Maiores altas do Ibovespa hoje (03)

TickerValorização (%)Valor por ação (%)
NTCO3+2.59%R$ 14,63
RECV3+1.83%R$ 18,38
YDUQ3+1.63%R$ 9,37
PETR3+1.35%R$ 41,34
PETR4+1.23%R$ 37,94

Maiores quedas do Ibovespa hoje (03)

TickerValorização (%)Valor por ação (%)
ASAI3-5.73%R$ 6,74
AZUL4-4.81%R$ 5,94
CRFB3-4.74%R$ 8,64
TOTS3-4.52%R$ 28,12
VAMO3-4.31%R$ 5,77

O cenário econômico atual

A publicação do déficit primário do governo central, que atingiu R$ 22,404 bilhões em agosto, também contribuiu para o clima de cautela entre os investidores. Embora tenha sido uma melhora em relação ao saldo negativo de R$ 26,730 bilhões do mesmo mês do ano anterior, os números estavam em linha com as expectativas do mercado, reforçando a percepção de fragilidade fiscal.

Globalmente, a situação não é muito mais alentadora. Nos Estados Unidos, os principais índices também fecharam em queda, afetados por uma greve de estivadores que já dura três dias, a maior dos últimos 50 anos. A greve gerou preocupações sobre interrupções na cadeia de suprimentos, o que pode impactar os preços e a inflação. A atenção dos investidores agora se volta para o relatório de emprego, o payroll, que será divulgado amanhã, e que pode influenciar as decisões do Federal Reserve.

Impacto da moeda e expectativas futuras

O dólar comercial encerrou o dia com uma alta de 0,54%, cotado a R$ 5,47, após ter atingido a marca de R$ 5,51 em seu pico. A elevação da nota de crédito pelo Moody’s trouxe um respiro momentâneo ao câmbio, mas o sentimento geral do mercado ainda reflete insegurança. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras moedas, também apresentou uma leve alta de 0,28%, atingindo 101,97 pontos.

O especialista em mercado de capitais, Anderson Silva, da GT Capital, comentou sobre a situação: “Apesar da elevação do rating do Brasil, os investidores seguem demandando prêmios maiores para alocar capital no país, o que pressiona as curvas futuras de juros.” Isso sinaliza que, mesmo com o aumento da nota de crédito, o Brasil enfrenta desafios significativos para atrair investimentos de forma sustentável.

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamento Variação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa131.581-1.934-1,45%
🇧🇷 USD/BRL5,4738+0,0334+0,61%
🇺🇸 S&P 5005.699,94-9,60-0,17%