A Vale (VALE3) está avançando em sua estratégia ambiental e sustentável, com uma previsão de que até 2030 cerca de 10% de sua produção de minério de ferro seja obtida por meio do reaproveitamento de rejeitos e estéril. Esta iniciativa visa reduzir o impacto ambiental da mineração e minimizar o volume de resíduos acumulados em barragens. A previsão foi destacada por Rafael Bittar, vice-presidente executivo técnico da mineradora, durante o congresso Exposibram, realizado em Belo Horizonte.

Para o ano de 2024, a Vale projeta recuperar cerca de 7 milhões de toneladas de minério de ferro através de um novo programa de mineração circular. Este programa tem como objetivo a recuperação e reutilização de rejeitos e estéreis, além da criação de coprodutos, como areia e blocos para construção. A empresa também revisou suas previsões de produção, esperando alcançar até 330 milhões de toneladas de minério de ferro em 2024 e mais de 360 milhões de toneladas a partir de 2030.

A Vale está implementando iniciativas significativas para apoiar a circularidade e a sustentabilidade no setor mineral. Estas medidas incluem o desenvolvimento de novas tecnologias e processos que permitem o reaproveitamento de rejeitos, o que contribui para uma menor geração de resíduos e uma maior eficiência no uso dos recursos naturais.

O programa de mineração circular da Vale não só proporciona benefícios ambientais, mas também econômicos. A empresa conseguiu evitar aproximadamente 100 milhões de reais em custos, eliminando a necessidade de transporte de rejeitos para pilhas e barragens. Além disso, a Vale estima que suas iniciativas contribuirão para a redução da emissão de 1,9 milhão de toneladas de CO2 até 2035. Este valor é comparável às emissões anuais de 1,2 milhão de veículos de passeio.

Essas medidas são parte de um esforço mais amplo para minimizar o impacto ambiental da mineração e promover práticas mais sustentáveis dentro do setor. A Vale está investindo fortemente em inovação e tecnologia para alcançar essas metas e atender às crescentes demandas por responsabilidade ambiental.

Os avanços não se limitam às previsões e estratégias gerais. Em Minas Gerais, a Vale está ativamente eliminando pilhas de estéril da mina de Serrinha, transportando o material para a usina de Mutuca para reaproveitamento. Esta operação não apenas reduz o volume de resíduos acumulados, mas também melhora a eficiência do processo de mineração.

No Pará, a operação Gelado está implementando o reaproveitamento de 138 milhões de toneladas de rejeitos da barragem Gelado. O objetivo é produzir pellet feed de alta qualidade, reduzindo em 62% o rejeito total acumulado ao longo de 37 anos de operação. Estas iniciativas demonstram o compromisso da Vale em transformar rejeitos em recursos valiosos e diminuir os impactos ambientais da mineração.

A Vale também está se destacando no desenvolvimento de coprodutos com o lançamento da empresa Agera, focada na produção de Areia Sustentável. Desde 2021, a empresa tem produzido areia a partir de rejeitos, destinando cerca de 2,1 milhões de toneladas para a construção civil e projetos de pavimentação rodoviária. A expectativa é que, até o final de 2024, cerca de 1,8 milhão de toneladas de areia sustentável sejam comercializadas.

A areia sustentável oferece uma alternativa importante à areia extraída do meio ambiente, uma vez que o consumo de areia é o segundo mais alto no mundo, após a água. Além disso, mais de 80% da areia consumida no Brasil vem de fontes não regulamentadas, o que torna a iniciativa da Vale ainda mais relevante.