Escândalo na Boeing: uso recorrente de peças sucateadas compromete segurança de aeronaves
Um ex-gerente de controle de qualidade da Boeing, Merle Meyers, revelou práticas alarmantes envolvendo a reutilização de peças descartadas na montagem de aeronaves na fábrica do 787 Dreamliner em Everett, Washington. Segundo Meyers, trabalhadores frequentemente retiravam peças de um ferro-velho interno da empresa para usar novamente na linha de produção, comprometendo severamente o controle de […]

Um ex-gerente de controle de qualidade da Boeing, Merle Meyers, revelou práticas alarmantes envolvendo a reutilização de peças descartadas na montagem de aeronaves na fábrica do 787 Dreamliner em Everett, Washington. Segundo Meyers, trabalhadores frequentemente retiravam peças de um ferro-velho interno da empresa para usar novamente na linha de produção, comprometendo severamente o controle de qualidade e a segurança das aeronaves.
Desde os anos 2000, aproximadamente 50.000 peças inadequadas foram reintegradas no processo de fabricação, um procedimento que Meyers descreve como organizado e não oficial. Esse esquema visava atender prazos de produção apertados, desconsiderando os rigorosos padrões de segurança e qualidade estabelecidos pela Boeing.
Acusações de irregularidades e pressão por prazos
O ex-gerente destacou que gerentes da Boeing incentivavam essas práticas para acelerar a produção e cumprir cronogramas exigentes. Esse comportamento levantou sérias questões sobre a integridade dos processos internos da empresa, sugerindo um desrespeito deliberado às normas de controle de qualidade essenciais para a indústria aeronáutica.
Alertas ignorados e respostas da Boeing
Apesar dos repetidos alertas de Meyers às equipes de investigação corporativa da Boeing, muitas de suas preocupações teriam sido sistematicamente ignoradas. E-mails internos detalhados apontam para uma falha crítica nos protocolos de resposta da empresa diante de violações de segurança, deixando dúvidas sobre a eficácia e a transparência desses processos.
Novas alegações e investigação do Senado
Recentemente, novas alegações vieram à tona por meio de um inspetor de qualidade da Boeing, Sam Mohawk, que acusou a empresa de gerenciar inadequadamente centenas de peças defeituosas, algumas possivelmente utilizadas nos aviões 737 Max. Essas revelações foram feitas durante uma audiência do subcomitê do Senado dos EUA, que está intensificando suas investigações sobre as práticas da Boeing após incidentes anteriores levantarem preocupações significativas sobre a segurança das aeronaves.
Respostas e procedimentos futuros da Boeing
Em resposta às acusações, a Boeing afirmou estar investigando todas as alegações de comportamento inadequado e prometendo implementar melhorias conforme necessário. A empresa reiterou seu compromisso com a segurança dos passageiros e tripulantes, enquanto o subcomitê do Senado continua a investigar a fundo as práticas da fabricante de aviões.