A oferta de US$ 39 bilhões da BHP enfrenta resistência por subvalorizar ativos estratégicos e gerar incertezas entre acionistas da Anglo American.

Em uma movimentação que tem agitado o setor de mineração global, a BHP Group, líder mundial no segmento, enfrenta resistência em sua tentativa de adquirir a Anglo American. Contudo, essa oposição está gerando debates intensos sobre o futuro do mercado e as possíveis repercussões. A oferta inicial de US$ 39 bilhões, rejeitada na última semana, propunha um prêmio de 31% sobre o valor implícito da Anglo, mas não conseguiu convencer os investidores da mineradora de menor porte. A controvérsia central reside na proposta da BHP. De que a Anglo se desfaça de suas ações nas unidades Anglo Platinum (Amplats) e Kumba Iron Ore. Portanto, os envolvidos veem isso como um meio de excluir os ativos sul-africanos indesejados do acordo.

Preocupações dos investidores da Anglo

Investidores da Anglo expressaram preocupações significativas, temendo que a cisão proposta subvalorize a empresa e introduza complexidades, incertezas e riscos de execução. Uma fonte de uma gestora de fundos sediada na Cidade do Cabo destacou o potencial de os acionistas ficarem ‘presos a três pedaços de papel’. Isso ocorreria em um processo que poderia se estender por até 18 meses, dado o tempo necessário para aprovação regulatória. Além disso, há o receio de que as autoridades sul-africanas possam ver com maus olhos a saída de capital estrangeiro, complicando ainda mais a transação.

O prazo para a oferta

A BHP tem até 22 de maio para apresentar uma oferta vinculante, com expectativas do mercado de que a proposta seja melhorada. A situação destaca os desafios enfrentados pelas gigantes da mineração em suas estratégias de expansão. Ao mesmo tempo, reflete as complexidades de negociações transnacionais em um setor altamente regulado.