Investimento internacional: B3 lança SPYI11, ETF de dividendos
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) adicionou mais uma opção ao seu portfólio nesta terça-feira, com o lançamento do segundo ETF (Exchange Traded Fund, ou fundo de índice) que paga dividendos. A iniciativa, aprovada pelas autoridades regulatórias no início do ano, visa atender a demanda do público interessado em diversificar suas carteiras com […]

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) adicionou mais uma opção ao seu portfólio nesta terça-feira, com o lançamento do segundo ETF (Exchange Traded Fund, ou fundo de índice) que paga dividendos. A iniciativa, aprovada pelas autoridades regulatórias no início do ano, visa atender a demanda do público interessado em diversificar suas carteiras com ativos internacionais.
O recém-lançado ETF, sob o ticker SPYI11, é administrado pela Buena Vista e tem como base o NEOS S&P 500 High Income ETF (SPYI), um índice da gestora norte-americana NEOS na Bolsa de Chicago (CBOE), especializado na distribuição de proventos mensais.
Diferenciando-se do primeiro ETF com distribuição de proventos apresentado pela Nu Asset Management em setembro, o SPYI investe em ações do S&P, proporcionando aos investidores brasileiros acesso a dividendos pagos em dólares. A gestão do fundo está a cargo da Vórtx, com a coordenação da Guide Investimentos.
O aporte mínimo para participação no SPYI é acessível, fixado em R$ 100, e os cotistas podem antecipar a recepção dos dividendos até o sexto dia útil de cada mês, conforme estabelecido pelo fundo.
“Os produtos com proventos ainda são limitados. Temos os fundos imobiliários (FIIs). O ETF é uma alternativa para o público de varejo, mas também para os investidores institucionais”, destaca Renato Nobile, gestor da Buena Vista Capital.
Com um patrimônio de US$ 407 milhões, o SPYI visa remunerar seus cotistas acima da média do S&P 500, adotando uma estratégia de opções de compra (covered call). Isso implica na distribuição de “dividendos sintéticos”, conferindo ao investidor uma exposição a um veículo local que investe em outro ETF distribuidor de dividendos no exterior.
“É uma exposição a um veículo local que investe em outro ETF que distribui dividendos lá fora”, explica Marcelo Cerqueira Cherri, head de soluções da Vórtx.
De acordo com Nobile, as empresas do S&P 500 pagam dividendos de 1,5% ao ano. Já o dividend yield do SPYI atinge 12,18% ao ano, aproximando-se do patamar da Selic, mesmo em moeda forte.
Como Investir no SPYI11?
Os investidores têm duas opções para participar dessa estratégia. Uma é possuir uma conta no exterior e investir diretamente no SPYI. A outra é através de uma conta em corretora local, adquirindo cotas do SPYI11.
Apesar de ser negociado na B3, o SPYI está sujeito à variação cambial, já que não conta com proteção cambial (hedge). Isso resulta em uma descorrelação maior com a economia brasileira, favorecendo a diversificação da carteira do investidor. Contudo, é crucial estar atento às variações das cotas conforme a cotação do dólar em reais.
Além disso, as diferenças na tributação também demandam atenção. Os investidores que optarem pelo ETF negociado no Brasil, SPYI11, estarão sujeitos a uma alíquota de 15% sobre os dividendos, com recolhimento efetuado pelo administrador do fundo. Já no caso do SPYI, a alíquota é de 30%, recolhida na fonte mensalmente. Para os ganhos com a valorização da cota, a alíquota é de 15%, com o pagamento realizado pelo investidor através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF).