Nesta quinta-feira (31), o ex-futebolista Ronaldinho Gaúcho participou da reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre Pirâmides Financeiras, em Brasília. Sua presença era aguardada após não comparecer à comissão em duas ocasiões anteriores, levando à requisição de uma condução coercitiva por parte da CPI.

A CPI investiga Ronaldinho por seu suposto papel como fundador e sócio-proprietário de uma empresa relacionada à comercialização de criptomoedas. Essa empresa prometia ganhos de até 2% diariamente, mas resultou em perdas substanciais para os investidores.

Acompanhado por seu advogado e seu irmão, Roberto Assis, que também é seu empresário, Ronaldinho prestou depoimento à comissão. Vale destacar que Assis já havia sido ouvido pela CPI na semana anterior.

Durante o depoimento matutino, Ronaldinho assegurou estar disposto a colaborar com a CPI e refutou a afirmação de que havia sido intimado a prestar depoimento. Ele também negou qualquer ligação com a empresa mencionada pela comissão. De acordo com sua versão, a defesa tentou agendar o depoimento, mas os e-mails enviados não receberam resposta da CPI.

Ronaldinho declarou enfaticamente: “Não é verdade que eu seja o fundador e sócio-proprietário da empresa. Eu nunca mantive participação societária nessa empresa. Meu nome foi indevidamente usado pelos sócios para criar a identidade empresarial. Já fui ouvido como testemunha pelo Ministério Público de São Paulo e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Nunca autorizei o uso de minha identidade e imagem pela referida empresa.”

Os parlamentares apresentaram anúncios publicitários da empresa de criptomoedas sob investigação, nos quais a imagem de Ronaldinho estava presente. O ex-jogador reiterou sua não associação com a empresa, afirmando que o contrato de licenciamento de imagem estava relacionado a uma empresa de venda de relógios. Ele mencionou a intenção de entrar com um processo judicial por uso indevido de imagem quando os verdadeiros sócios da empresa forem identificados, o que, de acordo com a própria CPI, ainda não ocorreu.

Ronaldinho explicou: “Eu gravei para a campanha de relógios, e eles usaram minha foto dessa forma.”

Em relação a outras indagações feitas pelos parlamentares, Ronaldinho preferiu manter-se em silêncio.

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