XP Inc. rebate alegações de Grizzly Research e reforça a solidez de seu modelo de negócios
A XP Inc. rebateu um relatório da Grizzly Research, que acusava a empresa de irregularidades na contabilização de receitas.

A XP Inc. (XPBR31) se manifestou oficialmente contra o relatório divulgado pela Grizzly Research, casa de análise com sede em Nova York, que acusou a empresa de irregularidades em sua contabilidade. Em um comunicado divulgado na quarta-feira, 12 de março, a XP refutou as alegações e destacou que as acusações são infundadas. O CFO da XP, Victor Mansur, enfatizou a solidez e a diversificação do modelo de negócios da empresa, que, segundo ele, está em total conformidade com as regulamentações do mercado financeiro. A companhia também anunciou que tomará medidas legais contra a Grizzly Research.
Acusações de Grizzly Research
O relatório da Grizzly Research sugeriu que a XP estava contabilizando de maneira inadequada as receitas provenientes da venda de produtos financeiros em dois fundos, supostamente gerando distorções nos resultados da empresa. Segundo a Grizzly, esses fundos não estariam sendo gerenciados de forma transparente e poderiam afetar a credibilidade da XP no mercado.
Porém, a XP imediatamente refutou tais alegações, explicando que os fundos mencionados pela Grizzly são utilizados exclusivamente pela tesouraria da XP para operações financeiras internas. De acordo com a empresa, esses fundos não têm qualquer impacto para os clientes, não captam recursos de investidores e estão em total conformidade com as regulamentações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, as operações desses fundos são auditadas pela PwC e cotizadas pelo BNY Mellon.
CFO Victor Mansur defende a empresa
Em entrevista ao InfoMoney, o CFO da XP Inc., Victor Mansur, reforçou que a empresa possui um modelo de negócios resiliente e diversificado, não dependendo de um único produto ou das condições econômicas do momento. “A XP é uma empresa sólida, com um modelo de negócios que tem se mostrado resistente ao longo dos anos. Os resultados mais recentes estão em linha com o nosso guidance para 2026, o que demonstra a eficácia da nossa estratégia”, disse Mansur.
Ele ainda acrescentou que a XP tem uma operação diversificada, com diferentes fontes de receita e uma base sólida de clientes, o que protege a empresa contra possíveis impactos negativos de variações do mercado. “Não dependemos de um único produto. A nossa operação está em constante evolução, e temos mostrado resiliência em todos os cenários econômicos”, afirmou.
A diversificação de receitas da XP
Um dos pontos abordados pela XP em seu comunicado foi a acusação de que a empresa dependeria excessivamente dos Certificados de Operações Estruturadas (COEs). A XP esclareceu que os COEs representam apenas 3% do total dos investimentos sob custódia da empresa e que o produto não é determinante para os resultados da companhia.
A XP também explicou que os COEs geraram, em 2024, R$ 8,5 bilhões dos R$ 40 bilhões emitidos no mercado financeiro brasileiro. A maioria dos COEs da XP é composta por instrumentos de renda fixa, com rentabilidade superior a 100% do CDI, e oferece proteção ao investidor caso o ativo de referência tenha performance negativa.
Em relação aos COEs, a XP ressaltou que o produto possui uma característica de baixo risco, com muitos desses produtos tendo o principal garantido, o que oferece uma camada adicional de segurança para os investidores. Além disso, a empresa sublinhou que todos os seus produtos seguem as regulamentações do mercado financeiro e são auditados por órgãos independentes, garantindo total transparência.
XP tomará ações legais contra a Grizzly Research
A XP não hesitou em classificar as alegações feitas pela Grizzly Research como fake news, que, segundo a empresa, têm o objetivo de manipular o mercado e prejudicar sua imagem. Mansur afirmou que a companhia está tomando todas as medidas legais cabíveis contra a Grizzly e qualquer outro ator que tenha propagado as informações falsas. “Não toleramos a disseminação de informações falsas e tomaremos as medidas necessárias para proteger a integridade da nossa empresa e do mercado financeiro como um todo”, afirmou o CFO.
A empresa também destacou que segue rigorosos padrões de governança e compliance, estando regularmente auditada pela CVM, Banco Central, e Securities and Exchange Commission (SEC), o que garante a conformidade com as normas e a transparência de suas operações.