A WeWork, conhecida por seus espaços de coworking globalmente, está no centro de uma polêmica envolvendo inadimplência em aluguéis de imóveis localizados na cidade de São Paulo. Esta situação impactou significativamente cinco fundos imobiliários (FIIs) e aproximadamente 231 mil cotistas, conforme comunicados recentes ao mercado.

A inadimplência da WeWork tem gerado repercussões diretas nos rendimentos distribuídos aos cotistas dos FIIs afetados. Por exemplo, no fundo Santander Renda de Aluguéis (SARE11), a estimativa é de que cada cota sofra um impacto negativo de R$ 0,05 caso a falta de pagamento persista. Já no FII Torre Norte (TRNT11), a inadimplência da WeWork, aliada a outra empresa, inicialmente representou um impacto de R$ 0,15 por cota.

Um dos imóveis impactados pela falta de pagamento é locado pela WeWork e pertence ao fundo Vinci Offices (VINO11), situado na prestigiosa Rua Oscar Freire, em São Paulo. Esta propriedade específica corresponde a cerca de 5% das receitas totais do fundo, destacando a relevância do contrato afetado pela inadimplência.

Os gestores dos FIIs têm agido rapidamente, comunicando oficialmente ao mercado sobre a situação e iniciando medidas legais para recuperar os valores devidos pela WeWork. Notificações formais de cobrança foram enviadas à empresa, enquanto esforços contínuos são empreendidos para resolver essa questão de forma favorável aos cotistas.

A WeWork, que entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos em 2023, enfrenta uma reestruturação significativa de suas dívidas globais, estimadas em bilhões de dólares. Embora a unidade brasileira opere de forma independente da matriz global, o episódio de inadimplência destaca desafios locais persistentes para a empresa em um mercado crítico como o de São Paulo.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.