A Usiminas (USIM5) divulgou resultados financeiros preocupantes para o segundo trimestre de 2024 (2T24), registrando um prejuízo líquido de R$ 100 milhões. O desempenho ruim da siderúrgica gerou uma queda acentuada no valor de suas ações, refletindo os desafios enfrentados pela empresa no período. A teleconferência de resultados realizada nesta sexta-feira (26) revelou que a depreciação do real frente ao dólar e o aumento das importações de aço foram fatores principais que contribuíram para o prejuízo.

Thiago Rodrigues, CFO da Usiminas, detalhou a pressão dos custos devido à variação cambial. Aproximadamente 60% dos custos da siderúrgica estão vinculados ao dólar, o que agravou os efeitos negativos da desvalorização do real. O custo de insumos e matérias-primas, como carvão, coque, minério e semi-elaborados, aumentou significativamente devido ao câmbio médio de R$ 5,21 registrado no segundo trimestre. Rodrigues destacou que, com a previsão de câmbio entre R$ 5,50 e R$ 5,60 para o terceiro trimestre, será difícil compensar totalmente os efeitos da variação cambial.

Diante da pressão nos custos, Marcelo Chara antecipou que a Usiminas implementará um aumento nos preços do aço entre 5% e 7% ainda no terceiro trimestre. Esse ajuste visa compensar os custos crescentes e alinhar os preços com as condições do mercado. A empresa prevê que o volume de vendas se mantenha estável em comparação ao 2T24 e espera uma melhoria considerável em sua operação no próximo período.

A operação do alto-forno 3 na usina de Ipatinga (MG) também apresentou desafios significativos. Passando por reformas, o forno só recentemente alcançou um equilíbrio operacional. Chara enfatizou que melhorar a eficiência e a produtividade da planta será crucial para a competitividade da Usiminas no mercado. A empresa está focada em otimizar suas operações para enfrentar os desafios atuais e futuros.

Além dos desafios internos, a Usiminas enfrenta a pressão da oferta de aço chinês no mercado internacional. O aumento de 22% na importação de aço plano em comparação ao mesmo período de 2023 tem impactado negativamente a indústria siderúrgica. Chara expressou preocupações sobre a possibilidade de parte dessa importação estar subsidiada, o que afeta a competitividade da Usiminas no mercado interno.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.