Último dia: DOC e TEC, tradicionais meios de transferência bancária, chegam ao fim
Hoje, 29 de fevereiro, marca o último dia de operações via DOC (Documento de Ordem de Crédito) e a Transferência Especial de Crédito (TEC), duas formas tradicionais de transferência bancária. O prazo final para envio ou agendamento de DOC e TEC foi em 15 de janeiro, e agora chega o momento crucial para o processamento […]

Hoje, 29 de fevereiro, marca o último dia de operações via DOC (Documento de Ordem de Crédito) e a Transferência Especial de Crédito (TEC), duas formas tradicionais de transferência bancária.
O prazo final para envio ou agendamento de DOC e TEC foi em 15 de janeiro, e agora chega o momento crucial para o processamento dessas transações, bem como o encerramento dos sistemas de recebimento e processamento por parte dos bancos, conforme agendado no ano anterior.
A decisão de encerrar esses produtos foi anunciada pelos bancos em comunicado oficial, como explicado por Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban. Faria destacou que a extinção dessas modalidades de pagamento se baseia no declínio do interesse dos brasileiros em utilizá-las. Desde a sua criação em 1985 pelo Banco Central, o DOC tem perdido espaço para métodos de transferência mais rápidos e econômicos, especialmente após o lançamento do Pix, em novembro de 2020, que se consolidou como o principal meio de pagamento do país.
De acordo com um levantamento recente da Febraban, divulgado em fevereiro de 2024 e baseado em dados do Banco Central, o Pix movimentou impressionantes R$ 17,18 trilhões ao longo de 2023, representando um aumento de 57,8% em relação ao ano anterior. O número de transações ultrapassou os 41,8 bilhões, um aumento de 74% em relação a 2022.
A ascensão do pagamento instantâneo impactou significativamente o uso de cheques, com uma redução de 17,8% desde 2022, totalizando 202,8 milhões de cheques compensados. Além disso, houve uma diminuição na circulação de dinheiro em espécie no país, registrando R$ 341 bilhões, uma queda de R$ 1 bilhão em relação a 2022.
Os últimos dados disponíveis sobre as operações de DOC, referentes ao primeiro semestre de 2023, revelam um total de 18,3 milhões de operações, representando apenas 0,05% do total de 37 bilhões de operações realizadas no período, considerando outros métodos como cheques, TED, boletos, débito, crédito e o próprio Pix, de acordo com a Febraban.
A preferência dos clientes pelo Pix é evidente, conforme destaca o diretor da Febraban, não só pela sua gratuidade e rapidez, mas também pela flexibilidade no valor das transações. Enquanto as transferências TEC ou DOC tinham um limite máximo de R$ 4.999,99, o Pix oferece maior versatilidade, permitindo transações de valores mais altos. Além disso, a TEC permitia ao emissor transferir recursos para várias contas simultaneamente, uma funcionalidade não disponível no DOC.
Com relação às tarifas, cada banco estabelecia o valor cobrado pelas transações em seus diversos canais de atendimento ao cliente. No entanto, a crescente popularidade e conveniência do Pix tornaram as tradicionais modalidades de transferência menos atraentes para os usuários bancários, culminando no seu encerramento definitivo.