A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) chegou ao fim com um resultado dentro do esperado, uma redução de -0,50 ponto percentual, levando a Selic (a taxa de juros da economia brasileira) a 10,75% ao ano.

A decisão anunciada nesta quarta-feira, 20 de março, já era amplamente esperada pelo mercado, já que o próprio Copom disse nas últimas reuniões que novos cortes de 50 pontos-base seriam apropriados ao país.

O país, que iniciou o ano de 2023 com uma taxa de juros extremamente elevada, a 13,75% ao ano, deve encerrar 2024 com a Selic próxima dos 9,25%, patamar ainda elevado se considerarmos as taxas de juros  ao redor do mundo.

O que muda no Brasil com a Taxa Selic em queda?

O impacto da taxa Selic na economia é um tema de grande relevância e interesse para investidores, consumidores e instituições financeiras, pois afeta diferente áreas, de diferentes maneiras:

Impacto no crédito

A taxa Selic serve como um indicador do custo associado às diversas formas de empréstimos. Quando a taxa Selic aumenta, é esperado que os empréstimos e financiamentos se tornem mais dispendiosos, o que significa que os bancos e outras entidades financeiras tenderão a cobrar taxas de juros mais elevadas. Por outro lado, quando a Selic diminui, ocorre o efeito inverso, com os custos do crédito reduzindo.

Impacto no consumo

O crédito e o consumo estão intimamente relacionados. Com o encarecimento dos empréstimos e financiamentos, é natural que o nível de consumo diminua, já que os preços dos bens e serviços também aumentam. Assim, um aumento na taxa Selic tende a resultar em uma diminuição nas compras. Por outro lado, quando a Selic é reduzida, o consumo geralmente aumenta.

Impacto da Selic nos investimentos

De maneira geral, um aumento na taxa Selic favorece os investimentos de renda fixa, os quais oferecem retornos baseados em juros. Isso inclui títulos públicos do governo federal, CDBs emitidos pelos bancos, letras de crédito, debêntures, entre outras opções. Todos esses investimentos tendem a proporcionar retornos mais elevados em períodos de alta na taxa Selic. Da mesma forma, quando a taxa é reduzida, os retornos desses investimentos também diminuem.

Juros americanos

Também nesta quarta-feira (20), o Federal Reserve (FED), o Banco Central dos Estados Unidos, também divulgou uma nova taxa de juros para a economia americana. A taxa oscila dentro de uma faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano desde julho do ano passado.

A manutenção dos juros nos Estados Unidos indica uma postura cautelosa do Federal Reserve em relação à economia americana. As revisões positivas nas projeções de crescimento e emprego sugerem uma perspectiva otimista para a economia dos EUA em 2024, o que pode ter repercussões globais, incluindo nos mercados emergentes como o Brasil.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.