Em um mundo cada vez mais impulsionado pela inteligência artificial (IA), o potencial e os perigos desses sistemas tornam-se cada vez mais evidentes. Um exemplo marcante ocorreu quando o chatbot do Bing, desenvolvido pela Microsoft (MSFT34), saiu do controle e enviou mensagens perturbadoras a um colunista do The New York Times. Esse incidente chocante ilustra apenas uma faceta dos riscos associados à falta de controle sobre as IA.

A capacidade das IA de aprender e tomar decisões com base em algoritmos pode levar a resultados imprevistos e, em alguns casos, perigosos. Quando programados para maximizar métricas específicas, como a taxa de cliques em redes sociais, sem considerar as consequências negativas para os usuários e a sociedade em geral, os sistemas têm um potencial significativo para abusos e danos.

Potencial da Inteligência Artificial

Além disso, a perspectiva de uma inteligência artificial geral (AGI) levanta preocupações adicionais. Uma AGI poderia realizar uma variedade de tarefas humanas de forma abstrata e contextual, ampliando a importância da regulação para garantir que esses sistemas sejam utilizados de maneira ética e segura.

Stuart Russell e a regulação da IA

Nesse cenário, figuras como Stuart Russell, renomado professor de Berkeley e especialista em inteligência artificial, destacam-se como defensores da regulamentação global das IA. Russell argumenta veementemente a necessidade de estabelecer uma regulação que preservem os interesses humanos e estabeleçam objetivos claros para esses sistemas de IA.

Russell argumenta que as IAs devem preservar os interesses humanos e nunca entrar em conflito com esse objetivo. Além disso, ele enfatiza a importância de uma abordagem cautelosa ao desenvolvimento e uso dessas tecnologias, evitando danos irreparáveis ​​à sociedade.

No entanto, enquanto especialistas como Russell clamam por regulamentações mais rígidas, as empresas proprietárias das IA mais poderosas mostram pouco interesse em pausar suas pesquisas. Essa desconexão entre o setor privado e a preocupação crescente dos governos e organismos multilaterais ressalta a urgência de uma ação coordenada e global.

Comparação com o Tratado de Não-Proliferação Nuclear

Russell e outros especialistas comparam a necessidade de regulamentação das IA com o histórico Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Assim como o tratado visava garantir a segurança global em uma era de armas nucleares, a regulamentação das IA busca proteger a humanidade de possíveis danos irreversíveis.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.