A Shell divulgou nesta quarta-feira (14) seu plano para aumentar os dividendos e recompras de ações, ao mesmo tempo em que mantém a produção de petróleo estável até 2030. O CEO Wael Sawan busca reconquistar a confiança dos investidores após o anúncio de um plano de transição energética.

A empresa pretende aumentar a distribuição aos acionistas para 30% a 40% do fluxo de caixa das operações, em comparação com os 20% a 30% anteriores. Isso inclui um aumento de 15% nos dividendos e um aumento no programa de recompra de ações para US$ 5 bilhões no segundo trimestre.

A estratégia financeira visa impulsionar o desempenho das ações da Shell e reverter a rejeição dos investidores, apesar do lucro recorde de 40 bilhões de dólares registrado no ano passado. A empresa tem enfrentado críticas por seu foco crescente em energia renovável e baixo carbono, enquanto o petróleo e o gás ainda têm alta demanda.

Produção de petróleo Shell estabilizada

A Shell decidiu abandonar sua meta anterior de reduzir a produção de petróleo em 20% até 2030, uma vez que já havia alcançado em grande parte esse objetivo. Em vez disso, a empresa agora planeja manter sua produção de petróleo estável até 2030 e concentrar seus esforços em fortalecer seus negócios de gás natural. O objetivo é defender sua posição como a maior empresa global de gás natural liquefeito (GNL).

Para apoiar essa nova estratégia, a Shell também fará ajustes em suas despesas de capital. A empresa planeja reduzir sua faixa de investimento para uma faixa de 22 bilhões a 25 bilhões de dólares por ano em 2024 e 2025, em comparação com os 23 bilhões a 27 bilhões de dólares planejados para 2023.

A mudança na direção da Shell segue um movimento semelhante feito pela BP no início do ano. O CEO da BP, Bernard Looney, recuou dos planos de reduzir a produção de petróleo e gás em 40% até 2030. Agora, a Shell está alinhada com essa abordagem, concentrando-se em maximizar seus negócios de gás natural.

Nos últimos meses, Sawan, um executivo canadense-libanês de 48 anos que anteriormente liderou as divisões de petróleo, gás e energias renováveis da Shell, tomou a decisão de descartar vários projetos. Isso inclui iniciativas relacionadas à energia eólica offshore, hidrogênio e biocombustíveis. Essas decisões foram baseadas em projeções de retornos financeiros insatisfatórios.

A reorientação estratégica da Shell reflete a crescente ênfase na transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis. A empresa reconhece a importância do gás natural como uma alternativa mais limpa ao petróleo e está buscando consolidar sua posição de liderança no mercado global de GNL. Ao mesmo tempo, está reavaliando seus investimentos em outras áreas, a fim de otimizar o uso de recursos e buscar projetos mais rentáveis no futuro.

Equipe MI

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