Em um evento recente realizado em Pequim, o CEO da Xiaomi, Lei Jun, explicou que a decisão da empresa de lançar seu primeiro carro elétrico, o SU7, foi diretamente influenciada pelas sanções econômicas impostas pelos EUA no início de 2021. A sanção, que inseriu a Xiaomi na lista de restrições comerciais do governo Trump, provocou uma reação imediata dentro da companhia. Lei Jun descreveu o momento como um “acidente” inesperado que levou a uma reunião de emergência para avaliar novos rumos para a empresa.

A imposição das sanções teve um impacto significativo sobre a Xiaomi, acelerando o desenvolvimento do SU7, o primeiro veículo elétrico da empresa. Segundo Lei Jun, o choque causado pela decisão dos EUA impulsionou a empresa a iniciar rapidamente o projeto do SU7. O carro esportivo, que começa com um preço abaixo de 30 mil dólares, foi projetado para atender à demanda crescente por veículos elétricos na China e internacionalmente. O desenvolvimento acelerado resultou em uma estratégia de vendas agressiva para o primeiro ano de operação.

A Xiaomi definiu uma meta ambiciosa para a produção e vendas do SU7. A empresa planeja entregar pelo menos 100 mil unidades do modelo até o final deste ano, superando a meta inicial de 76 mil veículos. Até junho, mais de 25 mil unidades já foram entregues, e a Xiaomi está confiante em alcançar a meta de 100 mil até novembro. Esse aumento nas expectativas de vendas reflete a confiança da empresa na aceitação do mercado e na capacidade de produção aprimorada.

Atualmente, o SU7 está disponível exclusivamente na China, mas Lei Jun revelou que a Xiaomi tem planos ambiciosos para expandir sua presença global no setor automotivo. A meta de longo prazo da empresa é se tornar uma das cinco maiores montadoras globais. A entrada da Xiaomi no mercado de veículos elétricos faz parte de uma estratégia mais ampla para diversificar suas operações e reduzir a dependência de seu setor principal de smartphones, que enfrenta desafios crescentes no mercado global.

Em resposta às sanções, a Xiaomi não só iniciou o desenvolvimento do SU7, como também conseguiu reverter a ação que teria restringido o investimento dos EUA na empresa. A reviravolta judicial permitiu à Xiaomi usar a situação como uma oportunidade para explorar novos mercados e fortalecer sua posição no setor automotivo. Esta diversificação estratégica visa mitigar o impacto potencial das sanções sobre seu negócio principal de smartphones, garantindo uma base mais sólida para o futuro.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.