Revisão de JCP pode ser um problema para os investidores? Saiba mais sobre a possível decisão
O mercado está avaliando as possíveis consequências de um eventual fim do mecanismo de pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) pelas empresas, após declarações do ministro Fernando Haddad sobre possíveis “abusos” no uso desse instrumento. Especialistas afirmam que, apesar das perspectivas iniciais negativas de uma possível extinção de JCP, é necessário analisar a medida […]

O mercado está avaliando as possíveis consequências de um eventual fim do mecanismo de pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) pelas empresas, após declarações do ministro Fernando Haddad sobre possíveis “abusos” no uso desse instrumento.
Especialistas afirmam que, apesar das perspectivas iniciais negativas de uma possível extinção de JCP, é necessário analisar a medida em conjunto com outras mudanças. O grande receio não é apenas a questão do JCP em si, mas também um possível aumento da carga tributária.
Ainda no início desta semana, o ministro da Fazenda fez declarações sobre o assunto, afirmando que “meia dúzia de empresas fazem engenharia tributária em cima de um dispositivo legal que está sendo abusado, drenando bilhões dos cofres públicos para benefício próprio, por meio dos juros sobre capital próprio”.
Haddad também afirmou que mandou estudar a questão, pois há muitos abusos nessa área, e disse que existem empresas muito lucrativas que não declaram lucro, pois o transformaram artificialmente em JCP.
Será o fim do JCP?
Em relatório divulgado no início da semana, a estrategista de ações da XP Investimentos, Jennie Li, afirmou que é prematuro tirar conclusões sobre as declarações do líder da equipe econômica, e que as empresas não seriam igualmente afetadas. A especialista também argumentou que o investidor precisa ser cauteloso ao tomar decisões precipitadas, dado o potencial de impacto nas empresas.
Jennie ressalta que nem todas seriam afetadas de forma igual e que, a princípio, ainda não está claro como a mudança no JCP afetaria o balanço de cada companhia, já que há outras alterações em discussão, como mudanças no arrecadamento de impostos e na carga tributária das empresas, entre outras pautas.
Além disso, é provável que as próprias companhias façam mudanças nas suas estratégias em termos de tributação depois que as diretrizes forem estabelecidas, buscando maior eficiência para a redução de custos em um sistema novo.
Por último, a estrategista da XP afirmou que essa não é a única proposta de reforma tributária em discussão e que provavelmente haverá muitas discussões em torno de uma nova proposta. Portanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido antes de conhecermos o desenho final da reforma e o impacto real nas empresas e em suas ações.