A confiança no setor de serviços brasileiro enfrentou uma queda significativa em setembro de 2024, com o Índice de Confiança de Serviços (ICS) registrando 93,8 pontos, um recuo de 0,8 ponto em relação ao mês anterior. Este é o nível mais baixo desde maio de 2023, quando o índice alcançou 92,3 pontos, conforme os dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A deterioração da confiança afeta diretamente a dinâmica de negócios e as expectativas para os próximos meses, levantando preocupações sobre o desempenho futuro do setor.

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) é um termômetro essencial para entender o clima econômico no Brasil, refletindo as percepções dos empresários sobre o setor de serviços. Em setembro, a queda de 0,8 ponto para 93,8 pontos indica uma mudança no sentimento do setor. O ICS, que é uma média das avaliações sobre a situação atual e as expectativas futuras, mostra que tanto as avaliações do presente quanto as previsões para o futuro sofreram impactos negativos.

Os segmentos mais afetados incluem alojamento e alimentação, que apresentaram um volume de demanda mais baixo no mês de setembro. Isso levanta a questão: por que esses setores estão enfrentando desafios tão significativos? A resposta pode ser encontrada na combinação de fatores econômicos, que incluem aumento da taxa de juros e a pressão inflacionária que afeta diretamente o poder de compra dos consumidores.

A queda no ICS foi registrada em setembro de 2024, e seus efeitos são perceptíveis em todo o Brasil. A análise feita por Stéfano Pacini, economista do FGV/Ibre, destaca que a confiança deteriorou-se em todos os principais segmentos da pesquisa, o que evidencia uma tendência preocupante para a recuperação econômica do país. A variação de -0,1 ponto na média móvel trimestral sugere que, apesar da queda em setembro, o setor pode estar se estabilizando em um patamar baixo.

A cautela entre os empresários é palpável. Com as expectativas de demanda negativas para os próximos meses, muitos estão repensando suas estratégias de negócios. A insegurança quanto ao futuro dos negócios tem um impacto direto nas decisões de investimento e expansão. Isso levanta uma questão crítica: como as empresas podem se adaptar a um cenário econômico em mudança?

O aumento da taxa de juros, adotado como medida para conter a inflação, é um dos principais fatores que contribuem para a queda da confiança. Embora o cenário macroeconômico apresente resultados positivos em termos de emprego e renda, o efeito das altas taxas de juros tem gerado um alerta entre os empresários, especialmente nos segmentos que dependem do consumo direto.

À medida que o terceiro trimestre chega ao fim, a tendência de estabilidade é um ponto a ser considerado. Apesar da queda em setembro, os empresários mantêm a esperança de que o cenário macroeconômico possa melhorar, especialmente se a inflação se estabilizar. No entanto, as expectativas cautelosas devem ser acompanhadas de ações estratégicas para mitigar os impactos negativos.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.