Preços da construção apresentam desaceleração em setembro, mas tendência é de alta acumulada em 12 meses
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) revelou uma desaceleração nos preços da construção civil em setembro, com uma variação de 0,61%, comparado a 0,64% em agosto. Apesar desse arrefecimento mensal, a taxa acumulada em 12 meses subiu para 5,23%, indicando uma pressão crescente sobre os custos do setor. A Fundação Getulio Vargas (FGV) […]
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) revelou uma desaceleração nos preços da construção civil em setembro, com uma variação de 0,61%, comparado a 0,64% em agosto. Apesar desse arrefecimento mensal, a taxa acumulada em 12 meses subiu para 5,23%, indicando uma pressão crescente sobre os custos do setor.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou os dados do INCC-M nesta quarta-feira (25), destacando uma clara desaceleração nos preços, mas com uma acentuada elevação na taxa acumulada em 12 meses. Essa dualidade de informações suscita questionamentos sobre a sustentabilidade dos custos no setor da construção civil.
Os dados de setembro mostram que, enquanto a variação mensal foi reduzida, o aumento em 12 meses reflete um cenário preocupante para construtores e compradores. A FGV destacou que a taxa acumulada subiu de 4,84% em agosto para 5,23% em setembro, evidenciando uma tendência de alta nos preços ao longo do ano.
Analisando as variações dos componentes que compõem o INCC-M, é possível notar que a desaceleração mensal foi impulsionada principalmente pela categoria de Materiais, Equipamentos e Serviços, que teve uma variação de 0,69% para 0,59% de agosto para setembro. Em contrapartida, a mão de obra apresentou uma aceleração, subindo de 0,57% para 0,64%.
Os principais fatores que influenciaram a desaceleração do INCC-M em setembro foram:
- Condutores elétricos: A variação passou de -0,16% para -1,14%, indicando uma queda significativa nos preços.
- Impermeabilizantes: A variação caiu de 0,07% para -0,46%, contribuindo para a desaceleração.
- Portas e janelas de madeira: A variação passou de 0,02% para -0,28%.
- Argamassa: A variação caiu de 0,63% para -0,26%.
- Tela de proteção para fachada: A variação passou de 0,09% para -0,25%.
Por outro lado, itens que elevaram o índice incluem:
- Vergalhões e arames de aço ao carbono: A variação aumentou de 0,79% para 1,61%.
- Pedreiro: Subiu de 0,73% para 0,76%.
- Blocos de concreto: A variação passou de 0,11% para 0,72%.
Analisando o desempenho em diferentes capitais, cinco das sete cidades pesquisadas pela FGV mostraram desaceleração no INCC-M entre agosto e setembro. As cidades que apresentaram essa desaceleração foram:
- Brasília: De 0,30% para 0,20%
- Belo Horizonte: De 0,39% para 0,29%
- Recife: De 0,61% para 0,60%
- Rio de Janeiro: De 0,96% para 0,58%
- Porto Alegre: De 1,37% para 1,23%
Em contrapartida, Salvador e São Paulo registraram aceleração, subindo de 0,46% para 0,49% e de 0,51% para 0,64%, respectivamente. Esses dados indicam que, apesar da desaceleração em várias regiões, outras estão experimentando pressões de custos significativas, tornando a análise do mercado mais complexa.
Os dados apresentados pelo INCC-M são vitais para entender as tendências do mercado de construção civil no Brasil. A desaceleração dos preços em setembro pode trazer alívio temporário, mas a taxa acumulada de 5,23% sugere que os custos continuarão a ser um fator determinante para os profissionais do setor. Isso pode impactar decisões de investimento, planejamento de obras e, por consequência, o mercado imobiliário como um todo.