A Fitch Ratings prevê que a economia da América Latina terá um crescimento modesto de apenas 1,4% em 2024, uma desaceleração em relação à média de 2,2% registrada em 2023. Este desempenho, que é o pior entre os mercados emergentes, reflete uma série de desafios econômicos e fiscais que a região enfrenta.

A expectativa de crescimento econômico para a América Latina em 2024 é de 1,4%, conforme indicado pelo relatório da Fitch Ratings divulgado em 21 de agosto de 2024. Este número marca uma desaceleração notável em relação à média de crescimento de 2,2% observada em 2023. A previsão coloca a América Latina como a região com o menor crescimento entre os mercados emergentes, sinalizando uma desaceleração significativa que poderá impactar o desempenho econômico geral da região.

Um dos principais fatores para essa desaceleração é o aumento dos riscos fiscais na região. A Fitch destaca que os déficits fiscais fracos registrados no primeiro semestre de 2024 podem comprometer as previsões fiscais para o restante do ano e para os anos seguintes. A previsão é de que o déficit médio dos países latino-americanos aumente para 1,5% do PIB em 2024, em comparação com 1,4% em 2023. Esses déficits elevados indicam uma situação fiscal desafiadora para a região, que poderá afetar a capacidade de muitos países de manter a estabilidade econômica a longo prazo.

A situação econômica na Argentina é particularmente preocupante. A Fitch projeta uma contração econômica para o país em 2024, destacando que, apesar de muitas economias na América Latina ainda apresentarem crescimento, a situação na Argentina representa um ponto negativo significativo. Esta contração acentuada poderá exacerbar os desafios econômicos enfrentados pela região e impactar ainda mais o desempenho econômico geral da América Latina.

Apesar dos desafios previstos para 2024, a Fitch observa que a região ainda possui amortecedores externos e opções de financiamento relativamente sólidos. Esses fatores podem ajudar a mitigar alguns dos impactos negativos do baixo crescimento econômico e dos déficits fiscais elevados. No entanto, a eficácia desses amortecedores dependerá da capacidade dos países latino-americanos de implementar políticas econômicas eficazes e de garantir acesso a fontes de financiamento adequadas.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.