Nas Festas Juninas, o milho é um protagonista indiscutível, presente em uma infinidade de pratos tradicionais que fazem a alegria de quem participa dessas celebrações. No entanto, nos últimos anos, o aumento dos preços dessa commodity tem sido motivo de preocupação para os organizadores e participantes das festividades. A boa notícia é que, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), nos últimos 12 meses, houve uma deflação nos preços do milho em conserva, fubá e milho de pipoca, contribuindo para aliviar os gastos típicos dessa época festiva.

Essa queda nos preços não é um fenômeno isolado. Ela reflete uma tendência global devido à recuperação da produção nos Estados Unidos e na Argentina, dois dos maiores exportadores de milho do mundo. Os preços globais da commodity estão em declínio, com o indicador de preço de mercado da ESALQ/BM&FBovespa registrando seu menor patamar em quatro anos nos primeiros cinco meses de 2024. Essa estabilidade nos preços está beneficiando não apenas os consumidores finais, mas também diversos setores da economia que dependem do milho como matéria-prima.

Uma das áreas que mais está se beneficiando desse cenário é a produção de biocombustíveis, em particular o etanol. O Balanço Energético Nacional (BEN) 2024 revela um crescimento significativo no uso do milho na produção de etanol no Brasil, com uma participação de 16% em relação à produção total. Esse aumento na demanda está impulsionando investimentos e inaugurando novas fábricas, como a recente unidade da Neomille em Maracaju, Mato Grosso do Sul. Com um investimento de R$ 1 bilhão, essa fábrica tem capacidade para produzir milhões de litros de etanol, toneladas de DDG e óleo a partir do milho, evidenciando o potencial desse mercado em expansão.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.