Os MEIs (microempreendedores individuais) no Brasil movimentam anualmente uma quantia significativa que varia de R$19,8 bilhões a R$ 69,5 bilhões, de acordo com informação foi revelada por uma pesquisa conduzida pelo Sebrae em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas). O estudo também indica que a economia é impulsionada pelo aumento de renda que os empreendedores obtêm ao se formalizarem.

Além disso, a pesquisa também revela que, ao adquirirem um CNPJ, as pequenas empresas veem sua renda aumentar entre 7% e 25%, e ss MEIs têm uma média mensal de rendimento de R$ 3.507,57, enquanto aqueles que não estão formalizados têm uma renda média de R$ 1.208,61.

Ainda de acordo com o Sebrae, parte dessa diferença está relacionada à escolaridade dos empreendedores formalizados. No entanto, quando se analisam casos com perfis e níveis educacionais semelhantes, a formalização por si só é responsável por um acréscimo de até R$ 395 por mês.

Em 2022, o número de MEIs atingiu a marca de 14,6 milhões de pessoas, representando um crescimento de 10,3% em relação a 2021.

Crédito solicitado por MEIs

De acordo com a pesquisa, a maioria dos empréstimos solicitados por microempreendedores individuais (MEIs) em 2022 foi destinada a indivíduos. O valor total de crédito concedido aos MEIs era de R$ 135,4 bilhões no final do ano passado.

Dentro desse montante, 87%, ou seja, R$ 117,4 bilhões, foram requisitados pelos empreendedores como pessoas físicas, enquanto apenas R$ 18 bilhões foram solicitados por meio de pessoas jurídicas. Essa diferença também se reflete no número de tomadores de empréstimos: 844,2 mil eram pessoas jurídicas e 5,3 milhões eram pessoas físicas.

Segundo Décio Lima, presidente do Sebrae, isso ocorre porque a maioria dos MEIs não possui histórico bancário como pessoa jurídica e nem garantias, levando-os a buscar crédito como pessoa física. No entanto, essa opção geralmente oferece condições desfavoráveis, especialmente no atual cenário em que a taxa Selic está em 13,75%.

Metodologia

O estudo utilizou informações da Receita Federal e da PNAD Contínua do IBGE, abrangendo o período de 2016 a 2019. Para avaliar os efeitos da formalização, foram analisados dois conjuntos de empreendedores individuais: um grupo que se formalizou obtendo um CNPJ e outro que permaneceu informal, ambos com perfis semelhantes em relação à escolaridade, renda, carga horária de trabalho e idade. Ao controlar as características desses dois grupos, foi possível examinar o impacto da formalização nos níveis de renda, horas trabalhadas e acesso à previdência.

Veja também:
Inflação no Brasil: como o aumento dos preços impacta a economia individual

Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.