Em encontro com a mídia independente ocorrido nesta terça-feira (7/02), o presidente se referiu em tom de crítica contra as cláusulas do processo de privatização da Eletrobras. A declaração deu a entender uma possível ação na justiça pela AGU, Advocacia Geral da União, para a revisão dos termos. O Presidente se referiu ainda ao processo de privatização como “errático”.

Cabe dizer que o processo de privatização foi uma proposta feita pelo último governo do presidente Jair Bolsonaro, sendo aprovada pelo Congresso em 2021. 

Lula disse ainda sobre a trava encontrada para a reestatização da Eletrobras. Tal medida exige o pagamento triplicado da maior cotação de papel alcançada nos últimos dois anos como forma de fazer ofertas às ações ordinárias. 

Leia na íntegra a declaração do atual presidente:

“Se amanhã o governo tiver interesse de comprar as ações, as ações para o governo valem três vezes mais do que o valor normal para outro candidato. Foi feita uma quase bandidagem para que o governo não volte a adquirir maioria na Eletrobras”, disse em encontro com a “mídia independente”.

Outras falas do atual presidente no encontro

“Isso é uma coisa irracional, maquiavélica que nós não podemos aceitar.”

“Até porque o pouco dinheiro que a gente tiver nós vamos ter que cuidar dos benefícios que o povo está precisando que a gente faça”.

“Se a gente conseguir fazer a economia crescer e as coisas forem bem, e a gente puder comprar mais ações, a gente vai comprar”, acrescentou.

“O que posso dizer é que foi um processo errático. Foi um processo leonino contra os interesses do povo brasileiro. Foi uma privatização lesa-pátria. A começar pelo salário dos diretores, salário dos conselheiros e a começar pelo fato que governo só tem 10% da participação quando tem 40% das ações”. Tal fala trouxe tom de cobrança quanto à participação na direção da empresa.

“Os diretores aumentaram o salário de R$ 60 mil para R$ 360 mil. Você sabe quanto ganha um conselheiro da Eletrobras? R$ 200 mil por mês para ir numa reunião por mês”. Para o presidente, o país precisa “ler” sobre a privatização da Eletrobras.